Ministros da zona do euro apontam avanços, mas veem fraquezas em proposta grega
Os ministros chegam sabendo que o Parlamento grego aprovou em grande maioria na madrugada deste sábado no país uma reforma e medidas de austeridade, as quais o governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras espera que convençam credores a garantir um novo pacote de ajuda.
A resposta do Parlamento parece ter acalmado alguns temores na Europa, mas alguns ministros sinalizam que a Grécia terá que fazer mais.
Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, afirmou que o encontro de hoje é difícil. Ele considerou que há ainda muitas críticas sobre a proposta grega e problemas de confiança.
O secretário de Estado de Finanças da Holanda, Eric Wiebes, que representa o governo holandês no encontro, disse que a Grécia ainda tem um longo caminho a seguir para reconquistar a confiança de seus pares. Para ele, a proposta dos gregos carece de especificidades e "é mais fraca do que deveria ser" em algumas áreas.
Ao chegar para o encontro em Bruxelas, Wiebes disse que ele e outros estão "muito preocupados" com o compromisso do governo grego com reformas. "Estamos discutindo uma proposta que é muito similar àquela que foi rejeitada em massa há menos de uma semana", completou.
O ministro irlandês das Finanças Michael Noonan também considerou que medidas extras precisarão ser tomadas pela Grécia para garantir o crescimento econômico. "É muito difícil estimular a economia pelo lado da demanda quando se faz ajustes, então eles precisam de mais iniciativas do lado da oferta", disse. Ele ponderou que há uma preocupação com a possibilidade de a maioria no Parlamento grego diminuir com o tempo.
Já o vice-presidente da Comissão Europeia para o Euro e o Diálogo Social, Valdis Dombrovskis, considerou que há um claro progresso nas negociações com a Grécia. Ele destacou que a votação no Parlamento grego favorável a Tsipras mostrou que há maioria para que o governo possa seguir com o programa de ajustes. Dombrovskis também disse que as propostas enviadas pela Grécia estão em linha com o que havia sido proposto antes do plebiscito de domingo passado no país. (Dayanne Sousa - dayanne.sousa@estadao.com, com informações da Dow Jones Newswires e Associated Press)