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Justiça condena cúpula da Camargo Corrêa por corrupção e lavagem de dinheiro

18:14 | 20/07/2015
Os três ex-executivos são os primeiros empreiteiros punidos na Lava Jato. O juiz Sergio Moro sentencia penas de prisão e multas também a ex-diretor da Petrobras, policial e doleiro. PF indicia executivos da Odebrecht. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef, um policial e três ex-executivos da construtora Camargo Corrêa foram condenados, nesta segunda-feira (20/07), a vários anos de prisão e multas por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e atuação em organização criminosa referentes a superfaturamento e pagamento de propina para a obtenção de contrato de obras de refinarias da Petrobras. A sentença conferida pelo juiz Sergio Moro, responsável pelas ações penais da Operação Lava Jato, se referem às obras da Repar (Refinaria de Getúlio Vargas), no Paraná, e da Rnest (Refinaria Abreu e Lima), em Pernambuco. Esta é a primeira condenação relacionada com a operação que, em março do ano passado, tornou público o esquema ilegal dentro da Petrobras envolvendo executivos das principais empreiteiras do país, vários diretores da companhia estatal e dezenas de políticos. Os seis condenados além de Costa e Yousseff, o ex-policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o ex-presidente do conselho administrativo da Camargo Corrêa, João Auler, o ex-vice-presidente da empreiteira Eduardo Hermelino Leite e o ex-presidente da construtora Dalton Avancini podem recorrer da decisão de Moro ao Tribunal Regional Federal (TRF). Se a sentença for mantida, eles podem recorrer depois Superior Tribunal de Justiça (STF). Os três executivos da construtora estavam afastados desde suas prisões em novembro de 2014 e foram demitidos recentemente. Avancini e Leite fizeram acordo de delação premiada com a Justiça, em troca de penas mais brandas. Ambos estão em prisão domiciliar. Os dois disseram que a Camargo Corrêa participava do grupo de empreiteiras que pagava propina para conseguir contratos com a Petrobras. Já Auler não aceitou colaborar com a Justiça, mas também foi demitido. De acordo com a sentença, a Camargo Corrêa pagou 50 milhões de reais de propina à Diretoria de Abastecimento da Petrobras apenas nesses dois contratos. De acordo com a sentença de Moro, o valor equivale a 1% do valor das obras. Este é o montante definido pelo juiz como ressarcimento a ser feito à estatal pelos condenados, além de outras multas criminais e civis. O ex-diretor da Petrobras e o doleiro também têm acordo de delação premiada. Eles terão suas penas somadas às demais que já sofreram na Operação Lava Jato. PF indicia executivos da Odebrecht Também nesta segunda-feira, a Polícia Federal indiciou o presidente do grupo Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, por corrupção ativa, lavagem de dinheiro, fraude em licitações e crime contra a ordem econômica no âmbito da Operação Lava Jato. Além de Marcelo Odebrecht, o relatório do delegado Eduardo Mauat da Silva também indiciou outros executivos da companhia: Rogério Santos de Araújo, Alexandrino de Salles de Alencar, Márcio Faria da Silva e Cesar Ramos Rocha. Segundo o delegado, há indícios de acerto prévio em licitação e pagamento de propinas em pelo menos sete obras da Petrobras. Sentenças: Dalton Avancini - Ex-presidente da Camargo Corrêa e delator na Lava Jato. - Condenado a 15 anos e dez meses de prisão, além de multa de 1,2 milhão de reais. - Cumprirá um ano de prisão domiciliar, depois seguirá para o regime semiaberto de pelo menos dois anos, além de serviços comunitários. Depois seu regime progride para o aberto. Além da multa, pagará uma indenização cível de 2,5 milhões de reais. Eduardo Hermelino Leite - Ex-vice-presidente da Camargo Corrêa e delator na Lava Jato. - Condenado a 15 anos e dez meses de prisão, além de multa de 900 mil reais. - Cumprirá um ano de prisão domiciliar, depois seguirá para o regime semiaberto de pelo menos dois anos, além de serviços comunitários. Depois seu regime progride para o aberto. Além da multa, pagará uma indenização cível de 5,5 milhões de reais. João Auler - ex-presidente do conselho de administração da Camargo Corrêa. - Condenado a nove anos e seis meses de prisão, além de multa de 288 mil reais. - Começará cumprindo a pena em regime fechado, podendo migrar para o semiaberto após o cumprimento de 1/6 da pena. Paulo Roberto Costa - Ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e delator na Lava Jato. - Condenado a seis anos de prisão, além de multa de 373 mil reais. - Esta sentença será unificada com a de sete anos e seis meses recebida em outro processo. Ele já cumpre prisão domiciliar. A partir de outubro, ele poderá deixar sua casa durante o dia. Alberto Youssef - doleiro e delator na Lava Jato - Condenado a oito anos e quatro meses de prisão, além de multa de 593 mil reais. - Esta sentença será unificada com a de nove anos e dois meses recebida em outro processo. Porém, graças ao acordo, Yousseff passará somente três anos na prisão. Em março de 2017, o doleiro progredirá diretamente ao regime aberto. Jayme Alves de Oliveira Filho - Ex-policial federal que fazia entrega de dinheiro a mando de Youssef. - Condenado a 11 anos e dez meses de prisão, além de multa de 285 mil reais. PV/rtr/dpa/lusa
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