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UE lança operação naval para conter tráfico de imigrantes

12:30 | 22/06/2015
A União Europeia (UE) lançou uma operação naval com o objetivo de conter os traficantes de pessoas que organizam viagens com imigrantes que cruzam o Mar Mediterrâneo para chegar na Europa em barcos e botes em péssimas condições, uma prática lucrativa e perigosa que já causou a morte de centenas de pessoas.

Mais de 100 mil imigrantes entraram na Europa neste ano e cerca de dois mil morreram ou estão desaparecidos devido a jornada perigosa para chegar ao continente. Toda a semana, dezenas de barcos parte da Líbia, com a Itália e a Grécia como destino.

A operação naval, que foi oficialmente lançada pelos ministros de Relações Exteriores da UE em Luxemburgo, nesta segunda-feira, será operada em águas e no espaço aéreo internacionais até que o bloco possa garantir uma resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) apoiando a ação e garantindo uma permissão do governo da Líbia para entrar no território do país. Os aviões e barcos da UE podem se envolver em operações de resgate, se necessário.

"Iniciaremos a implementação da primeira fase da operação nos próximos dias, o que inclui a coleta de informações e patrulhamento das águas para detectar e monitorar as redes de tráfico humano", disse Federica Mogherini, chefe de política internacional da UE. Ela também afirmou que a primeira fase da missão tem o objetivo de compreender quem são os traficantes, como eles operam e para onde o dinheiro do tráfico vai.

"O nosso alvo não são os imigrantes. Os alvos são aqueles que estão ganhando dinheiro com suas vidas e também com suas mortes", disse Mogherini para repórteres.

A UE pretende "desmantelar o modelo de negócios" dos traficantes destruindo os barcos usados, disse a chefe do bloco. Entretanto, a ONU ainda não apoiou a operação devido às críticas de grupos de refugiados de que a ação só irá privar os imigrantes de fugir da pobreza e das guerras ao invés de tocar nas causas do problemas.

As facções da Líbia também estão relutando em aprovar qualquer operação em suas águas ou terras, o que significa que a transição para fases avançadas da operação pode levar meses. Fonte: Associated Press.

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