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Tsipras viaja para Bruxelas para reunião que discutirá futuro da Grécia

20:30 | 21/06/2015
O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, viajou para Bruxelas na noite deste domingo para uma reunião de emergência que pode ser crucial para a permanência do país na zona do euro. A viagem encerra um dia de intenções contatos entre os principais atores das negociações entre o governo grego e seus credores, incluindo a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, o presidente da França, François Hollande, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

Tsipras esteve reunido com seus ministros durante todo o dia neste domingo. Antes da reunião de cúpula da zona do euro amanhã, ele vai se encontrar isoladamente com o presidente da União Europeia, Donald Tusk. Depois, se juntam aos dois a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, e o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, além de Juncker.

A Grécia enfrenta o prazo limite de 30 de junho para realizar um pagamento de 1,6 bilhão de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Além disso, os pagamentos para os credores da União Europeia programados para julho são ainda maiores. Neste domingo, Tsipras apresentou para Juncker, Hollande e Merkel "a proposta da Grécia para um acordo mutuamente benéfico, que vai fornecer uma solução permanente e não apenas adiar o problema", afirma comunicado divulgado por seu gabinete.

Entretanto, negociadores técnicos dos credores ainda esperam em Bruxelas por uma versão detalhada da proposta da Grécia, segundo uma autoridade da UE. "As instituições estão esperando. A condição para a reunião desta segunda-feira ser produtiva é que haja uma proposta", afirmou a fonte mais de oito horas após o governo grego anunciar a nova proposta.

O novo plano tem como base uma combinação de redução das exceções nos sistemas de tributação e de seguridade social, elevação dos impostos sobre lucros de empresas e sobre a renda da classe média e o controle de gastos, incluindo a restrição da aposentadoria antecipada. Dessa forma, o governo pretende reduzir os gastos com pensões em cerca de 0,5% do Produto Interno Bruto, em vez de 1% do PIB, o que era exigido pelos credores. Isso, no entanto, deve ser compensado com as outras propostas. As medidas adicionais de aumentos de impostos permitiriam à Grécia impor um aumento menor que o desejado pelos credores nas contas de eletricidade, um ponto sensível para o partido governista Syriza.

Durante visita à Itália, o presidente da França afirmou que é preciso fazer o possível para manter a Grécia na zona do euro. Hollande disse que "se os gregos deixarem a zona do euro, não será positivo nem para os gregos e nem para os europeus". "Precisamos de estabilidade", especialmente agora que grande parte da Europa está começando a se recuperar economicamente, acrescentou.

As conversas entre a Grécia e seus credores sobre a conclusão do segundo programa de resgate ao país já eram difíceis antes da eleição do Syriza, em janeiro, que se opõe ao programa de austeridade imposto pela chamada troica. O país não recebe nenhuma parcela dos empréstimos desde o começo do segundo semestre do ano passado e o sistema bancário tem sobrevivido somente graças a uma injeção semanal de fundos emergenciais por parte do BCE.

Na noite deste domingo, cerca de 5 mil pessoas participaram de uma manifestação convocada pelo governo grego para mostrar apoio na luta contra os credores. Alguns dias antes, um protesto semelhante havia sido realizado por manifestantes que defendem a permanência do país da zona do euro. Esses grupos devem promover um novo protesto nesta segunda-feira, em frente ao Parlamento.

O Syriza e outros grupos políticos de esquerda organizaram eventos de "solidariedade à Grécia" em diversos países da Europa neste fim de semana ou se juntaram a protestos relacionados, como por exemplo uma manifestação contra as medidas de austeridade realizada no sábado no Reino Unido. Fonte: Associated Press.

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