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Tentativa da UE de dar resposta conjunta à crise de imigração sofre revezes

18:30 | 24/06/2015
A tentativa da União Europeia de definir uma resposta coordenada à crise de imigração sofreu dois revezes, com a Hungria anunciando que não aceitará mais pedidos de asilo de pessoas enviadas de volta pelos parceiros da UE e enquanto líderes do bloco apelam por mais prazo para a decisão sobre como distribuir os imigrantes de maneira justa pela região.

Com milhares de pessoas buscando entrar na UE semanalmente, oriundas de zonas de conflito no norte africano e no Oriente Médio, países como Itália, Grécia e Hungria dizem que sua capacidade de absorver imigrantes está no limite. O tema pode dominar um encontro de líderes da UE em Bruxelas, que começa nesta quinta-feira.

No fim da terça-feira, a Hungria informou que não mais readmitiria aspirantes ao asilo que viajaram para outros países da UE após entrarem na zona de Schengen da UE através do território húngaro. Na semana passada, o governo de direita do primeiro-ministro Viktor Orban informou que iria construir uma cerca de segurança em sua fronteira com a Sérvia.

Pelas regras da UE, os imigrantes devem ter suas digitais tiradas e ser registrados no ponto de entrada no bloco. Caso eles viajem rapidamente para outro país, as autoridades podem enviá-los de volta à nação de origem, para que seja concluída a avaliação sobre o pedido de asilo. Autoridades húngaras dizem que há muitos imigrantes chegando a suas fronteiras vindos da Grécia, mas que os gregos não os estão registrando.

O governo húngaro disse que não estava suspendendo oficialmente sua concordância com as regras da UE, enquanto funcionários da Comissão Europeia disseram que estavam tentando esclarecer a posição húngara.

As autoridades húngaras disseram, porém, que informaram a 14 governos europeus para não mandar pessoas de volta. O governo húngaro diz que está arcando com uma parcela desproporcional no gerenciamento da situação dos imigrantes ilegais.

Até agora neste ano, a imigração ilegal para a Hungria totalizou 61.698 pessoas, uma forte alta na comparação com anos anteriores, com quase a totalidade deles vindos da Sérvia, segundo o governo húngaro. Muitos dos imigrantes viajam para a Áustria. Em geral, eles entram na UE pela Grécia, enquanto viajam através dos Bálcãs até a Sérvia.

A decisão húngara gerou fortes críticas nesta quarta-feira. O ministro belga para questões de asilo e imigração pediu que a Comissão Europeia imediatamente comece com um processo legal contra a Hungria.

Na semana passada, os governos de Itália e França discutiram por milhares de imigrantes que a Itália permitiu que viajassem até o território francês nos últimos meses, muitos dos quais foram enviados de volta à Itália. Já o governo do Reino Unido disse que estava fortalecendo as medidas de segurança em Calais nesta quarta-feira, um dia após vários imigrantes tentarem entrar em caminhões que seguiam para o Reino Unido, durante uma greve na cidade portuária francesa.

Enquanto isso, as propostas de Bruxelas para tentar criar um processo claro para o acolhimento aos imigrantes enfrenta fortes resistências políticas. A maioria dos países é contrária a cotas obrigatórias por nação, nesse caso. Os líderes da UE querem acelerar acordos com outros países permitindo que imigrantes ilegais sejam devolvidos, incluindo usar fundos de ajuda e políticas de assistência para incentivar esses países a receber de volta essas pessoas. Além disso, mais fundos da UE podem ser direcionados para fazer cumprir as regras atuais sobre o retorno de pessoas. Fonte: Dow Jones Newswires.

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