PUBLICIDADE
Notícias

Suspeito de massacre racista nos EUA é levado para prisão

Imagens da televisão mostraram o suspeito Dylan Roof entrando em um pequeno avião com as mãos algemadas e o uniforme de prisioneiro

07:49 | 19/06/2015
NULL
NULL

O homem branco de 21 anos suspeito de matar nove pessoas em uma igreja da comunidade negra da cidade americana de Charleston foi capturado nesta quinta-feira, informou a imprensa local. Dylann Roof foi preso na Carolina do Norte, de acordo com a CNN e duas emissoras de TV locais.

Após os disparos, o jovem fugiu. O suspeito é considerado muito perigoso e permaneceu durante quase uma hora entre os fiéis que estudavam a Bíblia na igreja, antes de abrir fogo, afirmou o chefe de polícia de Charleston, Gregory Mullen, em uma entrevista coletiva nesta quinta.

A justiça federal abriu uma investigação por "crime de ódio", anunciou um porta-voz do Departamento de Justiça (DoJ). A investigação acontece paralelamente e em cooperação com o trabalho das autoridades locais, segundo o DoJ. A designação do crime motivado por ódio permite acionar recursos federais adicionais.

A polícia de Charleston divulgou imagens do atirador, obtidas com câmeras de segurança. O suspeito aparece abandonando a igreja em um carro. "Havia oito mortos dentro da igreja. Duas pessoas feridas foram levadas (ao hospital) e uma faleceu", disse o chefe da polícia de Charleston na quarta-feira à noite. "No momento, temos nove vítimas fatais deste crime espantoso", completou. "Acredito que foi um crime de ódio", afirmou Mullen.

Uma das vítimas foi o pastor da igreja, Clementa Pinckney, também senador estadual da Carolina do Sul, segundo a imprensa local e parentes. O ataque ocorreu por volta das 21h locais (22h de Brasília) contra a Igreja Metodista Episcopal Africana Emanuel, uma das mais antigas igrejas da comunidade negra de Charleston.

O homem abriu fogo durante uma aula de estudos bíblicos, muito frequentes nas igrejas do sul dos Estados Unidos, tanto durante a semana como aos domingos. "Vocês podem imaginar que encontramos um cenário muito caótico quando chegamos", disse o chefe de polícia.

Tensão racial

O crime representa um novo golpe para a comunidade afro-americana nos Estados Unidos, que nos últimos meses foi vítima de crimes aparentemente motivados por racismo, em particular homicídios cometidos por policiais brancos contra homens negros desarmados. Este foi o caso de Ferguson em 2014 e o de Baltimore há algumas semanas, além de vários crimes similares ao cometido em Charleston que provocaram uma grande tensão racial no país.

Após o tiroteio em Charleston, a governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, fez um apelo aos moradores. "Minha família e eu oramos pelas vítimas e pelos parentes afetados pela tragédia sem sentido desta noite" na igreja, disse a governadora. "Enquanto ainda ignoramos os detalhes, sabemos que jamais entenderemos o que motiva uma pessoa a entrar em um dos nossos locais de oração e tirar a vida de outros".

Jeb Bush, pré-candidato republicano à Casa Branca nas eleições de 2016, que deve participar de um comício em Charlotte, na Carolina do Norte, escreveu no Twitter que "nossos pensamentos e orações estão com os indivíduos e famílias afetadas pelos trágicos fatos de Charleston".

A pré-candidata democrata Hillary Clinton, que participou na quarta-feira de um ato eleitoral na cidade, escreveu no Twitter: "Notícias terríveis de Charleston. Meus pensamentos e minhas orações estão com vocês". Mike Huckabee, outro republicano que sonha com a candidatura à Casa Branca, também expressou pêsames.

AFP

TAGS