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Partido do presidente turco fica aquém de maioria absoluta

17:05 | 07/06/2015
Mesmo se mantendo como mais forte, AKP não conquista maioria pretendida no Parlamento. Assim se frustram planos de reforma constitucional dos conservadores da Turquia, visando sedimentar ainda mais o poder de Erdogan. Contrariando os temores da oposição da Turquia de uma "ditadura Erdogan", as apurações das eleições deste domingo (07/06) acusam duras perdas para o partido conservador islâmico do presidente, o AKP. Segundo as emissoras CNN-Türk e NTV, na contagem dos votos a legenda conservadora ficou com cerca de 41%, equivalente a 259 assentos no parlamento. Embora o próprio Recep Tayyip Erdogan não constasse pessoalmente das cédulas, o escrutínio trazia o peso de uma pré-decisão sobre a futura extensão de seus poderes, pois a meta do AKP era instaurar um novo sistema presidencial, encabeçado por Erdogan. Para a necessária reforma da Constituição, contudo, é necessária uma maioria parlamentar absoluta de 330 assentos. Assim, o partido conservador ficará aquém da maioria necessária ao referendo apesar de continuar sendo o mais forte da Turquia. A segunda colocação cabe, então, ao Partido Popular Republicano (CHP), de centro-esquerda, com 25,2% (131 assentos); seguido do ultradireitista Movimento Nacionalista (MHP), com 16,2% (82) dos votos válidos. Nas eleições gerais de quatro anos atrás, o AKP conquistou 49,8% dos votos, Seus próprios políticos já admitem que, pela primeira vez desde 2002, a legenda dependerá de um parceiro de coalizão para se manter no governo. Esse pleito, que contou com a participação de 85,4% do eleitorado, foi o primeiro desde a posse de Erdogan como presidente, em agosto de 2014. Antes ele ocupava o cargo de primeiro-ministro. Violência e intimidação Quase 13% das urnas coube ao pequeno partido pró-curdo HDP, ultrapassando assim o mínimo de 10% necessário a estar representado no Parlamento, no caso, com 78 assentos. Ao entregar seu voto em Istambul, o colíder do HDP, Selahattin Demirtas, criticou a forma "injusta" como a campanha eleitoral transcorrera. Ele se queixou que, durante eventos de massa, Erdogan teria sistematicamente atacado seu partido, embora a Constituição prescreva neutralidade ao presidente. Seus protestos ao órgão eleitoral supremo não tiveram resultado, acrescentou Demirtas. Na cidade de Sanliurfa, no sudeste do país, choques entre adeptos de diversos partidos deixaram 15 pessoas feridas. A associação de direitos humanos IHD também denunciou irregularidades em vários locais de votação. O encerramento da campanha eleitoral já foi marcado por violência fatal: num evento do HDP na metrópole curda de Diyarbakir, na noite de sexta-feira, um atentado a bomba matou pelo menos três pessoas e feriu 220. AV/afp/rtr/dpa
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