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Gregos dizem que pagamento da dívida é questão política

09:23 | 04/06/2015
Alexis Tsipras se encontrou com credores em BruxelasReunião entre Atenas e instituições credoras falha em produzir resultado significativo, mas ambos os lados falam em avanços. Grécia diz poder pagar empréstimo ao FMI, mas a decisão de transferir o dinheiro é "política". O encontro do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselboem, se estendeu até as primeiras horas da manhã desta quinta-feira (04/06) em Bruxelas. As conversas giraram em torno de que medidas orçamentárias a Grécia precisa implementar para chegar a um entendimento com seus credores. Com o acordo, a Grécia poderá acessar ajudas financeiras cruciais no montante de 7,2 bilhões de euros para evitar uma falência estatal. Diante do pagamento de 1,6 bilhão de euros em empréstimos, ainda este mês, Atenas está correndo contra o tempo para alcançar um acordo com as instituições credoras Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI). Nesta sexta-feira, Atenas está diante de uma prova de fogo: a Grécia terá de pagar uma parcela de 305 milhões de euros ao FMI. Segundo o governo grego, o país dispõe de fundos suficientes para o serviço da dívida, mas ainda não deu a ordem para transferir o dinheiro. De acordo com fontes da Agência de Gestão da Dívida Pública grega (PDMA, na sigla em inglês), tanto o dinheiro desta sexta-feira quanto a parcela de 335 milhões de euros que vence em 12 de junho estão disponíveis, mas a decisão de fazer ou não os pagamentos é "política". Há poucos dias, diversos dirigentes do Syriza, partido de Tsipras, asseguraram que o pagamento só seria feito se houvesse ao menos uma perspectiva de acordo. O fato de a reunião em Bruxelas não ter produzido resultados significativos, deixa aberta a incerteza sobre o pagamento. "Reunião construtiva" A Grécia e as instituições credoras ainda continuam com divergências significativas quanto ao sistema de pensões. No tocante ao saldo orçamentário primário (sem juros da dívida), o governante grego informou, porém, que se pode estar perto de um entendimento. No final de quatro horas de reunião em Bruxelas, Tsipras disse acreditar que haverá progressos nos próximos dias e acrescentou que o importante é não "fazer os mesmo erros do passado", quando foram seguidas políticas de austeridade duras: "Acredito que, em todo caso, vislumbra-se um acordo, mas precisamos concluir as discussões com base em pontos de vista realistas." Em comunicado, a Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia (UE), disse que esta foi "uma reunião construtiva" e que foram feitos progressos para cada parte entender as posições do outro. O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, também falou aos jornalistas após o encontro, mas se limitou a dizer que as conversações foram "boas" e que "continuarão dentro de alguns dias". CA/lusa/afp/dpa
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