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Grécia apresenta nova proposta a credores

12:47 | 21/06/2015
Primeiro-ministro da Grécia, Alexis TsiprasPremiê grego, Alexis Tsipras, telefona para líderes europeus e envia documento às instituições credoras: Comissão Europeia, FMI e BCE. Detalhes do novo plano, porém, não são divulgados. A Grécia apresentou uma nova proposta para resolver a crise da dívida com credores internacionais. Segundo um porta-voz do governo grego, o primeiro-ministro do país, Alexis Tsipras, conversou neste domingo (21/06), por telefone, com a chanceler federal alemã, Angela Merkel, o presidente francês, François Hollande, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. De acordo com Atenas, a nova proposta trará "a solução final com um acordo benéfico para todos". O plano foi apresentado justamente um dia antes da cúpula de emergência entre os líderes nacionais da União Europeia (UE), agendada para segunda-feira. Detalhes da proposta, no entanto, não foram divulgados. Em uma coletiva de imprensa, também neste domingo, o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, afirmou que todas as condições estão colocadas para que a Grécia e os credores cheguem a um "acordo onde todos ganham". "Seria um erro não aproveitar essa oportunidade", disse o premiê, acrescentando que a cúpula de emergência deve resultar numa "conclusão positiva". Na coletiva, Hollande confirmou que Atenas enviou às instituições Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE) a nova proposta. Na segunda-feira, os países-membros da zona do euro pretendem realizar um esforço diplomático duplo para alcançar um acordo sobre a dívida grega. Primeiramente, durante a tarde, haverá um encontro dos ministros das Finanças. Já à noite, seguirá uma reunião entre os chefes de governo e de Estado dos 19 países participantes do bloco. Iminente falência do Estado grego A situação é desfavorável para a Grécia, pois o atual programa de resgate financeiro se encerra no final do mês. Se até então não for alcançado nenhum acordo para o desbloqueio de 7,2 bilhões de euros do pacote, o governo grego pode ter que decretar a falência do Estado especialmente porque Atenas precisa saldar sua dívida de 1,6 bilhão de euros com o FMI, até o fim de junho. Apesar da pressão com prazos, o próprio anfitrião da cúpula de emergência, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, fez uma alerta na carta-convite sobre a esperança de uma "fórmula mágica". Tusk destacou com antecedência: "A cúpula não será a última etapa." O encontro deve muito mais ajudar aos participantes a compreender a posição dos outros. O trabalho técnico, porém, é dos ministros das Finanças. Questão controversa Há meses, o ponto de discórdia tem sido como Atenas deve economizar no orçamento e quais reformas devem ser aplicadas. Os credores internacionais só querem liberar fundos ao governo grego, quando for apresentada uma proposta concreta e aceitável. Isso envolve cortes de gastos no sistema previdenciário, aumento do Imposto sobre o Valor Agregado (IVA, no Brasil) e um orçamento público com um superávit primário mínimo, ou seja, positivo antes de pagamentos de juros e reembolsos. O próprio Tusk, segundo um diplomata europeu, esteve o fim de semana inteiro em contato estreito com figuras-chave do drama econômico grego. Ele teria conversado com Juncker, com o presidente do BCE, Mario Draghi, e com a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde além do chefe do Eurogrupo, o ministro das Finanças da Holanda, Jeroen Dijsselbloem. A expectativa é que todos participem da cúpula de emergência. Assim, os mais altos representantes dos credores estariam reunidos numa mesma mesa com o primeiro-ministro grego. Corte de pagamentos A gravidade da situação na Grécia aparece em relatos sobre o aparente pagamento incompleto de salários e benefícios. Segundo a edição dominical do jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, aposentados e funcionários públicos devem receber pagamentos mais baixos já neste mês. Devido à forte baixa das receitas fiscais, devem faltar entre 2 e 3,6 bilhões de euros ao orçamento do governo grego, afirma o jornal, citando cálculos internos dos credores internacionais. Assim sendo, Atenas então também não teria como pagar a parcela de 1,6 bilhão de euros ao FMI. PV/dpa/afp/rtr
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