Ex-presidente egípcio Mohamed Morsi é condenado a pena de morte
Eleito em 2012 após o afastamento de Hosni Mubarak e deposto pelo Exército em 2013, teve hoje confirmada a condenação à morte por um tribunal no dia 16 de maio
Um tribunal egípcio confirmou nesta terça-feira, 16, a condenação à morte do ex-presidente Mohamed Morsi, horas depois de o condenar, em outro processo, à prisão perpétua.
Morsi, eleito em 2012 após o afastamento de Hosni Mubarak e deposto pelo Exército em 2013, teve hoje confirmada a condenação à morte por um tribunal no dia 16 de maio pelos crimes de fuga da prisão e planejamento de ataques durante a revolta de 2011.
Em outro processo, cuja sentença foi divulgada horas antes e que é ainda passível de recurso, o mesmo tribunal condenou Morsi à prisão perpétua por espionagem.
O ex-presidente, o primeiro eleito democraticamente no país, já tinha sido condenado em março a 20 anos de prisão por repressão violenta de manifestações junto no Palácio Presidencial em dezembro de 2012.
Nesta terça-feira, a corte também confirmou as penas de morte para outros 16 acusados, incluindo dois líderes da Irmandade Muçulmana: o rico empresário Jairat al-Shater e Mohamed al-Beltagui.
Outras 16 pessoas, entre elas o guia supremo da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie, e o ex-presidente do Parlamento Saad al-Katatni, foram condenadas à prisão perpétua, que no Egito equivale a 25 anos de detenção. Dois réus foram condenados a sete anos de prisão.
O ex-presidente e os 34 coacusados foram declarados culpados de fornecer "relatórios de segurança" ao Irã, assim como de espionagem a favor do Hamas e do Hezbollah "para cometer ataques terroristas no país com o objetivo de espalhar o caos e derrubar o Estado".
Desde que Morsi foi destituído pelo ex-comandante do exército e atual presidente Abdel Fatah al-Sissi, as forças de segurança lideram uma repressão contra seus partidários e pelo menos 1.400 manifestantes islamistas morreram no país. Mais de 40.000 foram detidos, segundo a organização Human Rights Watch.
Além disso, centenas de pessoas foram condenadas à morte em julgamentos sumários.
A repressão se ampliou aos movimentos laicos e de esquerda, que lideraram a revolta de 2011 que expulsou Hosni Mubarak do poder.
Redação O POVO Online com informações da AFP eAgência Brasil