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Autoridades da zona do euro apresentam novo plano para consertar falhas do bloco

19:50 | 21/06/2015
Autoridades europeias apresentaram neste domingo um plano para consertar falhas no desenho da zona do euro que faria com que os membros sacrificassem uma maior parte da soberania nacional em troca do bem econômico do bloco. O plano vislumbra projetos ambiciosos, inclusive um orçamento comum para a zona do euro, que poderia levar dez anos para ser implementado.

Apesar das prováveis dificuldades políticas para a aprovação, altas autoridades europeias que defendem o plano dizem que são necessárias mudanças fundamentais na zona do euro para evitar a repetição da crise da dívida iniciada alguns anos atrás. O plano foi escrito pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em cooperação com o Banco Central Europeu (BCE), o Conselho Europeu, o Parlamento Europeu e o Eurogrupo, que reúne os ministros de Finanças do bloco.

Segundo o plano, sem uma maior coesão política para apoiar as decisões econômicas do bloco, a união monetária continua vulnerável a novas crises. "A tentativa de evitar políticas insustentáveis e absorver choques, individual e coletivamente, não funcionou bem antes ou durante a crise. Embora tenham sido feitas várias melhorias institucionais importantes desde então, o legado dessas falhas iniciais persiste", diz o texto.

No curto prazo, o plano prevê o uso dos poderes existentes da zona do euro para penalizar mais agressivamente os países por políticas macroeconômicas insustentáveis. Esses poderes raramente são usados, já que os governos têm apenas controle indireto sobre os desdobramentos macroeconômicos. O plano também propõe uma "autoridade de competitividade" para cada país, para avaliar se os salários estão crescendo em linha com a produtividade dos trabalhadores.

A partir de 2018, a zona do euro poderia criar um orçamento comum para ajudar a absorver choques que sacudiram o bloco. O documento sugere que a criação de um Tesouro da zona do euro tornaria mais fácil a tomada coletiva de decisões sobre esse orçamento comum. "Todas as uniões monetárias maduras implementaram uma função de estabilização macroeconômica comum para lidar melhor com choques que não podem ser gerenciados somente no nível nacional", aponta o texto.

Relatórios anteriores elaborados pelos líderes da zona do euro propondo uma reforma do bloco tiveram fraca recepção. Alguns membros se dão por satisfeitos pela união monetária ter sobrevivido intacta à crise da dívida soberana e outros países, como Alemanha, Holanda e Finlândia, não demonstram nenhum interesse em dobrar a aposta na integração do bloco. Fonte: Associated Press.

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