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Autor de atentado a fábrica na França confessa decapitação

16:14 | 28/06/2015
Investigadores apresentam primeiras informações sobre o autor de assassinato e subsequente atentado a uma usina de gás. Destinatário de selfie macabro foi identificado como francês supostamente morando na Síria. Os investigadores franceses confirmaram neste domingo (28/06) que o presumível terrorista islâmico Yassin Salhi quebrou seu silêncio de dois dias. "Ele estava mudo, mas agora mudou a atitude", já informavam na véspera fontes próximas às autoridades em Lyon. O pai de três crianças, de 35 anos, confessou ter assassinado e decapitado, possivelmente num estacionamento, seu patrão, Hervé Cornara, de 54 anos, dono de uma firma de entregas. Em seguida, partiu para um atentado contra a usina de gases industriais Air Products & Chemicals, em Saint-Quentin-Fallavier, no centro-leste da França, a cerca de 40 quilômetros de Lyon. Lá, invadiu um depósito de substâncias perigosas com a camionete da firma de entregas, precipitando-a sobre bujões de gás e causando uma explosão, sem vítimas. Bombeiros que acorreram ao local o subjugaram, impedindo, assim, que provocasse novas explosões. Selfie para a Síria Ainda não está esclarecido se Salhi teve cúmplices, porém um indício nesse sentido é foto que tirou de si, segurando a cabeça de Cornara, e enviou pelo serviço de mensagens instantâneas WhatsApp a um número no Canadá. A polícia identificou o destinatário como o francês Sébastien-Younès, originário de Besançon, que viajou para a Síria em 2014. As últimas notícias é que ele se encontraria em Rakka, no norte do país, cerca de 200 quilômetros a leste de Aleppo. Segundo o canal de TV iTÉLÉ, sem confirmação oficial, o interrogado haveria se referido a uma discussão com a esposa, e uma testemunha teria mencionado tensões entre ele e o patrão. A esposa e a irmã de Salhi, em custódia policial desde a sexta-feira para interrogatórios, foram dispensadas. Também foi liberado um homem detido logo após o atentado sob "acusações de terrorismo". França reforça segurança Yassin Salhi já vinha sendo observado há mais de uma década pelos serviços de segurança franceses: em 2003 foram registrados seus contatos, no leste do país, com um salafista notório conhecido como "Ali". Em 2006 abriram-se investigações contra Salhi, que foram fechadas dois anos mais tarde. Entre 2011 e 2014, ele voltou a chamar a atenção das autoridades por ligações com o movimento salafista. O ataque à Air Products coincidiu com o massacre numa praia turística da Tunísia e o ataque suicida a uma mesquita no Kuwait. Ainda se investiga uma eventual conexão entre os atos. Logo na sexta-feira, o presidente François Hollande decretou a elevação do nível de segurança para as quase 160 fábricas da região de Rhône-Alpes que trabalham com materiais perigosos. Em reação ao atentado, o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, anunciou que será elevado o número de agentes de segurança: na polícia se criarão mais 500 vagas por ano, e os serviços de informações serão reforçados com 1.500 novos funcionários. AV/rtr/afp/ap/dpa
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