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Atentado em usina de gás na França deixa um decapitado e vários feridos

Fora da usina atacada foi encontrada uma bandeira com inscrições em árabe

07:38 | 26/06/2015
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Uma pessoa foi decapitada e várias ficaram feridas em um atentado provavelmente jihadista cometido nesta sexta-feira, 26, em uma usina de gás perto da cidade de Lyon, no centro-leste da França, informaram diversas fontes. A cabeça de um homem decapitado, coberta com inscrições em árabe, foi encontrada pendurada em uma grade, perto da usina de gás da multinacional Air Products, informaram fontes próximas à investigação.

"O corpo decapitado de uma pessoa foi encontrado nas imediações da usina, mas ainda não se sabe se foi transportado para lá ou não", acrescentou a fonte.

A polícia deteve um homem suspeito de ter lançado o ataque, informaram fontes judiciais, que acrescentaram que era um conhecido dos serviços franceses de inteligência.

As autoridades estavam realizando investigações para determinar se ele tinha algum cúmplice. "Segundo os primeiros elementos da investigação, um ou vários indivíduos, a bordo de um veículo, entraram na fábrica. Então ocorreu uma explosão", informou uma fonte próxima ao caso.

Segundo outra fonte, um dos autores do atentado entrou na usina da Air Products com uma bandeira islamita e detonou vários cilindros de gás.

O jornal regional Dauphiné Libéré disse que o ataque ocorreu por volta das 10h00 locais (05h00 de Brasília).

A procuradoria antiterrorista abriu uma investigação, anunciou o procurador da República de Paris, François Moulins, em um comunicado. O presidente francês, François Hollande, que participa em Bruxelas de uma cúpula de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), anunciou que estará de volta a Paris depois do meio-dia.

Um conselho de defesa foi convocado para as 15h00 locais (10h00 de Brasília).

O ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, partiu imediatamente ao local, informou seu gabinete.

O primeiro-ministro Manuel Valls ordenou a mobilização imediata das forças de ordem para garantir uma vigilância reforçada em todos os "locais sensíveis" da região de Lyon, declarara fontes próximas.

O atentado ocorreu quase seis meses após os ataques islamitas que deixaram 17 mortos em Paris em janeiro e que começaram com um tiroteio na sede da revista satírica Charlie Hebdo.

Dois irmãos islamitas atacaram a sede da revista, matando 12 pessoas. Um policial e quatro reféns em um supermercado kasher também foram abatidos durante os três dias de ataques.

Após os atentados, foi realizada uma histórica "marcha contra o terrorismo".

Cerca de quatro milhões de pessoas saíram às ruas da França e mais de 1,5 milhão de pessoas se concentraram na capital francesa, enquanto dezenas de líderes de todo o mundo expressaram sua condenação aos ataques.

A França conta com uma alta proporção de cidadãos lutando nas fileiras dos islamitas no Iraque e na Síria e está em alerta ante possíveis ataques em seu território desde os atentados na redação da Charlie Hebdo.

Um dos suspeitos foi preso

O principal suspeito de ter participado do ataque foi identificado como Yassine Salhi, de 35 anos, segundo o ministro do Interior do país, Bernard Cazeneuve.

De acordo com o ministro, Salhi teria ligações como o salafismo, um movimento de reforma do islamismo que surgiu no Egito no fim do século XIX, mas não teria nenhuma ligação com grupos terroristas. Entre 2006 e 2008, ele chegou a ser monitorado pelas autoridades de segurança por supostas ligações com extremistas islâmicos, mas não tem registros criminais.

Ainda conforme Cazeneuve, várias outras pessoas suspeitas estão sob custódia para investigação. A suspeita é de que se trate de um ataque terrorista. Segundo as autoridades de segurança, dois homens teriam, em um carro, colidido em botijões de gás na entrada da fábrica.

A pessoa que morreu foi encontrada decapitada, ao lado de duas bandeiras inscrições em árabe. O nome da vítima ainda não foi identificado. Com informações da Associated Press e da Dow Jones Newswires.

AFP

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