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Ataques terroristas matam dezenas de pessoas na França, Tunísia e Kuwait

O governo americano avalia as possíveis conexões das ações desta sexta-feira, 26, e investiga a suposta coordenação do grupo radical jihadista Estado Islâmico

13:24 | 26/06/2015
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Três ações terroristas distintas, ligadas à influência de grupos jihadistas, foram registradas praticamente ao mesmo tempo nesta sexta-feira, 26, na França, no Kuwait e na Tunísia. O mais sangrento deles deixou 28 pessoas mortas, na maioria alemães britânicos, quando um estudante, ainda não identificado, abriu fogo contra um hotel de Sousse, balneário no leste da Tunísia.

Na França, uma pessoa foi decapitada e várias ficaram feridas em um atentado em uma usina de gás perto da cidade de Lyon, no centro-leste do país. No Kuwait, ao menos 25 pessoas morreram e 202 ficaram feridas após uma explosão em uma mesquita xiita, um ataque raro no pequeno país do Golfo Pérsico.

A explosão foi reivindicada pelo Estado Islâmico, mas ainda não há provas de que os ataques foram coordenados. As ações ocorrem poucos dias depois que o EI incentivou a realização de tais operações no mês sagrado muçulmano do Ramadã.

O EI já assumiu o controle de vastas faixas de território no Iraque e na Síria, inspirando simpatizantes a realizarem ataques em seus próprios países. O governo americano avalia as possíveis conexões das ações nesta sexta-feira, 26, e investiga a suposta coordenação do EI.

[SAIBAMAIS3] Ataque em hotel na Tunísia
Ao menos 28 pessoas, incluindo turistas estrangeiros, morreram nesta sexta-feira, 26, quando um estudante abriu fogo contra um hotel de Sousse, balneário no leste da Tunísia, no pior atentado da história recente do país.

Segundo o secretário de Estado para questões de segurança, Rafik Chelly, o autor do ataque seria "um tunisiano, originário da região de Kairouan (centro da Tunísia) e seria um estudante que não tinha ficha na polícia".

Este ataque atinge um país que tem registrado um aumento da ameaça jihadista desde sua revolução em 2011, e ocorre três meses após o sangrento ataque contra o museu do Bardo, em Túnis, que representou um forte golpe ao setor do turismo.

Em função desse cenário, o presidente tunisiano Beji Caid Essebsi, que visitou o local da tragédia, afirmou que a Tunísia não tem como enfrentar sozinha a ameaça jihadista, e por isso é necessária uma "estratégia global".

"Percebemos que a Tunísia enfrenta agora um movimento internacional. Ela não pode responder sozinha a isso. Como prova, no mesmo dia, ao mesmo tempo, a França foi alvo de uma tal operação, o Kuwait também. Isso prova a necessidade de uma estratégia abrangente e que todos os países democráticos devem agora unir forças", declarou.

O hotel atacado foi o Marhaba, localizado na zona turística de Port el Kantaoui, nos arredores da cidade de Sousse. Henda Chebbi, funcionária do ministério da Saúde, indicou à rádio Mosaïque FM que 12 pessoas também foram hospitalizadas "com ferimentos de gravidade diversa". Aroui não descartou a possibilidade de o ataque ter tido a participação de outras pessoas.

"Foi um ataque terrorista contra o hotel Marhaba. O agressor foi abatido, mas podem haver outros. Se havia outros elementos com ele não podemos nem confirmar não descartar" por enquanto, afirmou à televisão estatal.

A Tunísia já havia expressado temores quanto a atentados com a aproximação da alta temporada turística e anunciou medidas de segurança reforçadas.

"O meu filho de 22 anos acabava de voltar do mar (...) quando vimos a uma centena de metros à nossa esquerda o que pensávamos ser fogos de artifício", relatou Gary Pine, de Bristol, no sudoeste da Inglaterra.

"Foi só quando começamos a ouvir o barulho de tiros que percebemos que era muito mais grave do que fogos de artifício. Houve uma correria em massa da praia (...) e algumas pessoas ficaram levemente feridas durante a confusão e o pânico", acrescentou.

"Agora estou na recepção com cerca de 200 outros clientes estrangeiros. Devemos ir embora? Para onde? Há uma calma mortal agora", indicou um turista britânico à televisão Skynews.

Atentado em usina de gás na França
Uma fábrica de gás da França foi atacada na manhã desta sexta-feira, 26, deixando uma pessoa morta e outras duas feridas. Segundo autoridades de segurança do país, dois homens teriam chegado em um carro, com bandeiras com inscrições em árabe, e colidido em botijões de gás, resultando em explosões.

Segundo uma das autoridades, que falou em condição de anonimato, a pessoa morta foi encontrada decapitada, do lado de fora da entrada da empresa, que fica no sudeste do país, na cidade de Saint-Quentin Fallavier, a 525 quilômetros de Paris.

Duas bandeiras com inscrições em árabe foram encontradas no local do ataque, uma branca e outra preta. A procuradoria antiterrorismo da França abriu uma investigação para identificar os responsáveis e a motivação do ataque. Uma pessoa foi detida e outras pessoas possivelmente envolvidas são procuradas. O que se sabe, por enquanto, é a que decapitação da pessoa que morreu não ocorreu por conta das explosões.

Em Bruxelas, o presidente francês, François Hollande, descreveu o incidente como um ataque terrorista e convocou autoridades de defesa para uma reunião esta tarde.

Explosão atinge mesquita no Kuwait
Ao menos 25 pessoas morreram e 202 ficaram feridas após uma explosão em uma mesquita xiita no Kuwait nesta sexta-feira, 26. Um grupo afiliado ao Estado Islâmico assumiu a autoria do ataque em uma mensagem no Twitter, na qual afirmou que a explosão foi causada por um homem-bomba.

O grupo ligado ao EI que assumiu o ataque, conhecido como Najd Province, é o mesmo que disse ter atacado duas mesquitas xiitas na Arábia Saudita nas últimas semanas.

O ataque marcou a primeira ação do grupo terrorista no Kuwait, que, até então, se mantinha isento em relação as tensões sectárias na região que ocorrem principalmente na Arábia Saudita, país vizinho.

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Redação O POVO Online (com agências)
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