A Alemanha libertou um jornalista sênior da Al Jazeera da prisão nesta segunda-feira, após promotores recusarem-se a atender a um pedido do Egito para extraditá-lo. Políticos alemães haviam criticado a prisão de Ahmed Mansour no sábado, levantando a preocupação sobre o risco de manipulação política no Judiciário egípcio.

Com a decisão de hoje, Mansour é um homem livre e pode deixar a Alemanha, informou um porta-voz do escritório da promotoria.

Um tribunal criminal do Cairo sentenciou Mansour in absentia a 15 anos de prisão em 2014, sob a acusação de que ele torturou um advogado na praça Tahrir, durante os protestos de 2011 no Egito, segundo a Al Jazeera. Mansour, cidadão britânico e egípcio, negava as acusações.

Mansour passou duas noites detido, após sua prisão em um aeroporto de Berlim. A detenção foi bastante criticada, pelo fato de o governo da chanceler Angela Merkel atender a um pedido do regime do presidente egípcio, Abdel Fattah Al Sisi, de prender um importante jornalista.

Políticos da oposição e associações de jornalistas na Alemanha criticaram o pedido egípcio, qualificando-o como politicamente motivado. O governo egípcio negou isso no domingo.

O Egito já acusou legalmente outros jornalistas da Al Jazeera e políticos egípcios acusaram a rede estatal do Catar de uma cobertura favorável à Irmandade Muçulmana, um grupo islâmico agora proscrito, retirado do poder no golpe militar liderado por Sisi. Fonte: Dow Jones Newswires.