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Palestinos querem banir Israel da Fifa

12:20 | 19/05/2015
Pedido baseado em acusações de racismo, dificuldades no trânsito de jogadores palestinos e supostas irregularidades na liga israelense será votado no congresso da Fifa. Blatter vai ao Oriente Médio para debater questão. O presidente executivo da Associação de Futebol de Israel (IPA), Rotem Kamer, chamou a tentativa dos palestinos de suspender seu país do futebol mundial de cínica e contrária ao espírito esportivo. Os 209 membros da Fifa deverão votar sobre o pedido da Federação de Futebol da Palestina (PFA) no congresso anual da entidade máxima do futebol, em 29 de maio, em Zurique. Se optarem pela suspensão, os israelenses não poderão disputar torneios internacionais, tanto de clubes como de seleções. A aprovação depende de uma maioria de três quartos e é pouco provável. Os palestinos, que são membros da Fifa desde 1998, querem a exclusão de Israel do futebol mundial como punição por restrições à circulação de jogadores palestinos. Elas impedem que atletas da Cisjordânia e da Faixa de Gaza possam treinar juntos ou até mesmo partidas da seleção palestina no exterior, argumentam. Os palestinos também denunciam que cinco clubes de colônias judaicas em áreas ocupadas da Cisjordânia participam da liga israelense. Eles reclamam, ainda, de casos de racismo contra jogadores árabes em clubes israelenses. As acusações não são novas e já foram várias vezes comprovadas. A novidade é que os palestinos, desta vez, conseguiram incluir o tema na pauta do congresso anual da Fifa. Isso se deve sobretudo ao presidente da PFA, Djibril Rajoub, um ex-comandante das forças de segurança palestinas que não se acanha de usar o futebol para fazer política. Blatter não quer que estraguem sua festa O presidente da Fifa, Joseph Blatter, elegeu o tema uma de suas prioridades e foi até o Oriente Médio para tentar apaziguar os ânimos. Blatter e Rajoub são amigos. Em tentativas passadas de resolver a questão, o presidente da Fifa até patrocinou uma academia de futebol na Cisjordânia, que ostenta o seu nome. Só que desta vez o problema pode ofuscar a provável festa da reeleição de Blatter a escolha do novo presidente da Fifa também está marcada para 29 de maio, durante o congresso anual. Blatter não quer que uma querela relacionada ao conflito no Oriente Médio estrague a sua festa. Assim, ele afirmou que resolver a questão ainda antes do congresso é seu desafio número um. Nesta quarta, o dirigente suíço vai se encontrar com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Na quinta, é a vez do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. "Futebol pode unir as pessoas" Kamer argumentou que a demanda palestina não tem nada que ver com o esporte. "É uma clara mistura de política e futebol, algo que não deveria ter lugar no congresso da Fifa", disse. "Acreditamos que o futebol deve ser usado como uma ponte para unir as pessoas na nossa região." Ele salientou que a IFA "ajudou a PFA de todas as maneiras possíveis", mas que regular a circulação de atletas palestinos não é algo que esteja ao seu alcance, e que questões de segurança impediram a entrada de um pequeno grupo de jogadores em Israel. Ele assegurou que mais de 95% dos pedidos para jogadores palestinos cruzarem as fronteiras de Israel foram aprovados. "Eu não vejo qualquer outra associação de futebol do mundo dizendo ao governo do seu país como ele deve lidar com as questões de segurança", disse. Kamer reconheceu haver casos de racismo no futebol israelense, mas ressalvou que esse problema não é uma exclusividade de Israel e que a IFA tomou medidas duras contra o clube Beitar Jerusalém, que notoriamente tem extremistas na sua torcida. "Quantas associações de futebol do mundo tiraram pontos de um clube por causa desse tipo de comportamento?", questionou. "Nossas equipes nacionais são formadas por árabes e judeus, temos ligas e clubes unificados", disse. "Em vez de tentar usar o futebol como uma arma contra o outro, vamos priorizar projetos de paz para mostrar que o futebol pode unir as pessoas." Rajoub rejeitou as críticas de Kamer, afirmando que a tentativa de suspender Israel não tem nada que ver com política. "A suspensão de Israel não é a nossa meta, o nosso objetivo é ajudar os atletas palestinos a circular livremente", declarou em Ramallah. AS/afp/dpa/rtr
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