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Operação surpresa do FBI prende sete dirigentes da Fifa em Zurique

Fifa mantém eleição para a próxima sexta-feira e nega envolvimento de Blatter e Valcke em corrupção

06:46 | 27/05/2015
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Atualizado às 11h27

A pedido das autoridades americanas, sete dirigentes da Fifa, suspeitos de corrupção, foram detidos na madrugada desta quarta-feira, 27, na Suíça, onde fica a sede da entidade. Acusados de um esquema de corrupção que envolveria cerca de US$ 100 milhões, os dirigentes estavam hospedados em um hotel cinco estrelas em Zurique, capital do país, onde acontece anualmente um congresso da entidade.

Dentre os integrantes da entidade que foram detidos, está o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin.

Além de Marin, que é integrante do comitê de organização da Fifa para os Jogos Olímpicos, os demais detidos são: Jeffrey Webb (Grã-Bretanha), vice-presidente da Fifa e presidente da Concacaf, Eduardo Li (Costa Rica), membro dos comitês executivos da Fifa e da Concacaf, Julio Rocha (Nicarágua), diretor de desenvolvimento na Fifa, Costas Takkas (Grã-Bretanha), adjunto do gabinete do presidente da Concacaf, Eugenio Figueredo (Uruguai), atual vice-presidente da Fifa, e Rafael Esquivel (Venezuela), membro executivo da Conmebol.

De acordo com a justiça do país europeu, seis integrantes aguardarão processo de extradição para os EUA.

Ao mesmo tempo, a sede da Concacaf (Confederação de Futebol para América do Norte, Central e Caribe), que fica em Miami, foi revistada como parte do mesmo processo.

O ministério suíço informou que bloqueou contas em vários bancos pelos quais os valores investigados transitaram.

Também apreendeu documentos na sede da Fifa em Zurique, como parte de outro processo penal, desta vez iniciado pela Suíça, sobre as condições do processo de escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, Rússia e Catar, respectivamente.

Apesar da revelação de um novo caso de corrupção na entidade, a eleição para a presidência da Fifa ainda deve acontecer nesta sexta-feira, 29, como estava previsto anteriormente, anunciou em uma entrevista coletiva Walter De Gregorio, diretor de comunicação da entidade.

Gregorio também afirmou que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e o secretário-geral, Jérôme Valcke, "não estão envolvidos" no caso. No entanto, seus nomes estão presentes na lista de investigados pela polícia.

O escândalo de corrupção pode prejudicar a reeleição de Joseph Blatter à presidência da entidade. Caso eleito, será o quinto mandado consecutivo à frente da entidade maior do futebol mundial.

O Departamento Federal suíço está analisando um esquema de corrupção em que envolve a votação para a escolha das sedes das Copas de 2018 e 2022. O caso vem sido examinado pelo FBI desde 2011 e as investigações apontam que contratos de marketing e de transmissão de jogos pela televisão também estavam em análise sobre os esquemas de corrupção.

A pena para os dirigentes e empresários de empresas de marketing desportivo da Fifa em relação ao caso de corrupção pode chegar a 20 anos de prisão.

De acordo com as autoridades americanas, como forma de diminuir o período de detenção, alguns acusados já admitiram que estavam envolvidos no esquema.

Todos os réus, caso sejam condenados, terão que devolver os valores obtidos durante o processo de corrupção.

Clima tenso na CBF

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, se mostrou muito preocupado com a detenção do ex-presidente da entidade e admitiu que é um momento "péssimo" para a CBF. "É lógico que isto não é bom, é péssimo. Mas antes temos que saber o que aconteceu", disse o dirigente em seu hotel de Zurique.

A operação

Realizada de forma surpresa, os policiais efetuaram a prisão no Hotel Baur au Lac o qual estavam hospedados todos os integrantes supostamente envolvidos. Os oficiais subiram até os quartos dos dirigentes e efetuaram as prisões.

Redação O POVO Online com informações da AFP
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