Malásia, Indonésia e Tailândia marcam encontro para discutir crise migratória
Governo malaio promove reunião de ministros do Exterior para tratar o aumento do fluxo de refugiados nos três países. Os três países culpam Myanmar por fuga de minoria muçulmana rohingya, perseguida no país.
Autoridades da Malásia informaram neste domingo (17/05) que o ministro do Exterior, Anifah Aman, se reunirá com seus equivalentes de Indonésia e Tailândia na próxima quarta-feira, para discutir o aumento do fluxo de refugiados em seus territórios marítimos.
A iniciativa ocorre em meio à grave crise migratória, na qual milhares de membros da minoria muçulmana rohingya, além de pessoas que migram por razões econômicas, se encontram aprisionados em alto-mar. Autoridades dos três países culpam o governo de Myanmar por se recusar a lidar com a situação. O país do sul asiático, entretanto, rejeita as acusações.
A crise migratória deverá dominar a conferência sobre refugiados na Tailândia, em 29 de março. O governo de Myanmar, entretanto, não confirmou sua participação.
"Não ignoramos o problema da migração, mas nossos líderes irão decidir se irão participar ou não da reunião, com base no que será discutido", afirmou no sábado o major Zaw Htay, diretor do gabinete da presidência de Myanmar
Htay culpa a postura dos países vizinhos, ao afirmar que "é triste que as pessoas estejam sendo rebocadas para alto-mar por alguns países". "Não aceitaremos as alegações feitas por alguns de que Myanmar é a fonte do problema", afirmou.
A minoria rohyngia enfrenta dificuldades em Myanmar devido à condição de imigrantes ilegais, além de sofrer atos violência em um país majoritariamente budista.
Cerca de 3 mil imigrantes chegaram ao litoral da Tailândia, Indonésia e Malásia nos últimos dias, aumentando a preocupação entre os membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Ansean).
A ONU alertou contra "caixões flutuantes", em referência aos barcos onde os refugiados são mantidos pelos traficantes de pessoas, enquanto o primeiro-ministro da Malásia qualificou a crise como uma "catástrofe humanitária".
RC/ap/afp