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Malásia diz que receberá imigrantes apenas de navios que estiverem afundando

13:00 | 12/05/2015
A crise envolvendo os indivíduos muçulmanos da etnia rohingya e de Bangladesh se aprofundou nesta terça-feira, após a Malásia afirmar que irá receber os imigrantes apenas dos navios que estiverem afundando.

O comandante da Marinha, Tan Kok Kwee, disse hoje que as águas em torno da Ilha de Langkawi, onde vários navios desembarcaram nos últimos três dias será patrulhada 24 horas por dia por um total de oito navios.

"Nós não vamos deixar nenhum barco estrangeiro entrar. Se os barcos estiverem precisando du suprimentos, a Marinha irá fornecê-los e em seguida mandá-los embora", disse Kwee, acrescentando que o país iria realizar o resgate apenas de barcos que estiverem afundando.

Ontem, autoridades da Malásia confirmaram que milhares de bengalis e indivíduos da etnia rohingya chegaram ilegalmente em barcos ao país. Pela manhã, quatro navios trazendo 600 pessoas de Bangladesh e fugitivos rohingyas chegaram ao oeste do país, disse Steve Hamilton, da Organização Internacional de Migração. Sobreviventes e especialistas acreditam que milhares de outros podem estar à caminho.

Nesta terça-feira, um navio que vinha da Tailândia e que transportava centenas de muçulmanos da etnia rohingya enviou um pedido de resgate, dizendo que eles foram abandonadas por seu capitão, ficando sem combustível, sem comida e sem água por três dias.

Chris Lewa, diretora do Projeto Arakan, organização sem fins lucrativos, disse que tem monitorado o movimento de fuga dos rohingyas por mais de uma década e que falou por telefone com um dos imigrantes a bordo do navio tailandês. "Eles pediram para serem urgentemente resgatados, disse a diretora, acrescentando que havia uma estimativa de 350 pessoas a bordo, sendo 50 delas mulheres.

"Eles não têm certeza exatamente de onde estão, possivelmente perto de Langkawi, pois eles dizem que conseguem ver a costa", acrescentou.

Cerca de 1,3 milhão de rohingyas vivem em Mianmar, mas eles são negados pela cidadania do governo do país do Sudeste Asiático. Eles foram caracterizados pelos Estados Unidos como uma das minorias religiosas mais perseguidas do mundo. Milhares se arriscam em viagens perigosas no mar a cada ano em busca de uma vida melhor. Fonte: Associated Press.

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