Governo do Sudão do Sul perde espaço ante rebeldes, perto de campos de petróleo
As forças do governo enviaram helicópteros militares, em uma tentativa de recapturar a cidade, localizada cerca de 30 quilômetros ao norte de Malakal, capital do Estado do Grande Nilo Superior. Dois dias antes, Malakal havia sido capturada, em uma aparente contraofensiva após semanas de ofensiva do governo.
As notícias levantam a questão sobre se o regime do presidente Salva Kiir está tão enfraquecido pelo conflito de quase dois anos que não pode defender as áreas produtoras de petróleo do Sudão do Sul, de onde sai a maior parte de sua receita. Mais de 50 mil pessoas já morreram no conflito, e quase 2 milhões seguem sem moradia.
"As tropas do governo estão sendo perseguidas rumo ao norte, mais perto dos principais campos de petróleo", disse o porta-voz rebelde James Gatdet Dak ao Wall Street Journal. "Nossas forças estão respondendo em autodefesa, após as tropas do governos nos atacarem na parte sul da capital", afirmou.
Um porta-voz da Presidência do Sudão do Sul, Ateny Wek Ateny, disse que o governo impulsionou suas defesas nos campos de petróleo, para garantir que a produção não seja prejudicada diante dos confrontos em andamento.
Nas regiões de petróleo têm ocorrido os combates mais duros desde o início do conflito pelo controle dos vitais campos de produção da commodity. A produção de petróleo desde então recuou em um terço, para 160 mil barris ao dia, deixando a capital do Sudão do Sul, Juba, lutando por sua receita para financiar alimentos e outras importações vitais.
O conflito no Sudão do Sul começou em dezembro de 2013, impulsionado por uma disputa entre Kiir e seu ex-vice-presidente. Desde então, dividiu o país em linhas étnicas, colocando a comunidade Dinka, de Kiir, contra os membros tribais desse ex-vice-presidente, Machar Nuer. Vários acordos de paz foram alcançados, mas logo desrespeitados. Os dois lados trocam acusações de violar as tréguas. Fonte: Dow Jones Newswires.