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Festival leva cinema berlinense ao Rio

08:23 | 13/05/2015
"Achtung! Filmes de Berlim" exibe ao público carioca longas produzidos e ambientados na efervescente capital alemã. Mostra organizada em parceria com o Instituto Goethe dá destaque a estreias e jovens cineastas. Neste mês, o público carioca é convidado a mergulhar no universo do mais criativo e produtivo polo cinematográfico da Alemanha. O festival "Achtung! Filmes de Berlim" traz ao Rio de Janeiro com 13 longas-metragens e dois documentários produzidos nos últimos cinco anos, nas regiões de Berlim e Brandemburgo. "Começamos [o festival] em 2005, quando percebemos que não havia outro lugar para exibição desses filmes em Berlim, a não ser a Berlinale. Poucos deles chegavam ao circuito comercial", diz Hajo Schäfer, fundador e curador do Festival Achtung Berlin, em entrevista à DW Brasil. Hoje, com quase 15 mil espectadores em sua edição anual, o festival de cinema é o segundo maior da capital alemã, ficando atrás apenas da Berlinale. A mostra "Achtung! Filmes de Berlim" é resultado de uma parceria entre o Goethe Institu e a edição berlinense do festival e teve apoio da Caixa Econômica Federal e do governo federal brasileiro. "Priorizamos estreias e o cinema jovem. Queremos mostrar o estilo de vida, a sensação de se viver em Berlim, mas tratando de temas que possam interessar ao público brasileiro", diz Schäfer. Ser obrigado a crescer precocemente na capital alemã é o tema do filme Jack, de Edward Berger, que mostra a epopeia de um garoto de dez anos pela cidade à procura da mãe. Little Thirteen, de Christian Klandt, retrata uma adolescente de 13 anos que se envolve com garotos sem adotar critérios, até que encontra um amor na internet. Ou seja, jovens criativos que se aventuram na capital alemã não só fazem parte das equipes, mas também das temáticas dos filmes. Em Telegrama de Berlim, de Leila Albayaty, uma jovem belga decide fugir para a cidade alemã depois de ser abandonada pelo namorado. À toa, de Stephan Geene, mostra pessoas de todo o mundo que lotam as ruas e praças do descolado bairro berlinense de Kreuzberg. Os documentários exibidos no festival giram em torno da vida noturna de Berlim. B-MOVIE, de Jörg A. Hoppe, Klaus Maeck e Heiko Lange retrata a cena artística e musical alternativa da cidade nos anos 1980. Outro destaque é Bar 25 Dias fora do tempo, de Britta Mischer e Nana Yuriko, que mostra o icônico clube homônimo às margens do rio Spree e a luta para continuar existindo em meio à crescente especulação imobiliária. Tradição cinematográfica Schäfer destaca a tradição cinematográfica de Berlim, afirmando que filmes são produzidos ali desde que a sétima arte foi inventada. "Os antigos estúdios de Babelsberg [nos arredores de Berlim] se tornaram muito populares", conta. No entanto, depois de duas grandes guerras e da divisão da cidade, o cinema berlinense passou por momentos difíceis, de produção e de identidade. "Nos anos 1990, vivemos uma pequena depressão cinematográfica. Isso chegou ao fim com o lançamento de Adeus, Lênin!. O filme foi exibido na Berlinale em 2003 e ganhou o Prêmio Europeu do Cinema", diz o curador. Em 2004, foi fundado o Medienboard Berlin-Brandenburg. O órgão é responsável pelo incentivo e financiamento da produção e distribuição cinematográfica local e também promove a região como cenário de produções internacionais. O festival "Achtung! Filmes de Berlim" funciona como vitrine dessa nova fase do cinema berlinense, que reflete uma cidade em rápida e constante transformação. Segundo Sebastian Brose, também curador do evento, as produções mostram várias e novas perspectivas da capital e de seus habitantes. "A procura de um local autêntico continua sendo característica do festival", diz. O "Achtung! Filmes de Berlim" fica em cartaz no Caixa Cultural do Rio de Janeiro até 24 de maio. Uma edição menor do festival também será realizada em Brasília, entre 26 e 31 de maio. Autor: Marco SanchezEdição: Luisa Frey
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