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Federação da Nova Zelândia retira apoio a Blatter

"Vamos prestar atenção não apenas no dinheiro que existe no futebol, mas também na construção de infraestruturas"

11:00 | 29/05/2015
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"Vamos reparar os danos, mas vamos começar a fazer isso rapidamente", declarou nesta sexta-feira, 29, Joseph Blatter, presidente da Fifa, antes das eleições nas quais busca um quinto mandato aos 79 anos, no momento em que sua organização está mergulhada em um escândalo de corrupção.

Blatter, que já superou outras graves crises, em 2002 e em 2011, sendo finalmente reeleito, utilizou sua famosa metáfora marítima ao fazer um apelo para as 209 federações que compõem a Fifa se unirem a ele para que "o barco não encalhe e avance tranquilamente".

"As comissões (de ética) da Fifa não podem controlar todos, não é possível, em nenhum país do mundo apenas um tribunal pode controlar tudo", comentou Blatter, após as detenções por suposta corrupção no organismo ocorridas nesta semana.

"Isso não é bom e não foi bom que tudo isso tenha ocorrido exatamente dois dias antes da eleição. Não falo de coincidência, mas me faço uma pergunta", indicou.

"Nossa organização há 40 anos atrás tinha um Mundial e um torneio olímpico e estas eram as únicas competições da Fifa. Nosso organismo começou a crescer no momento em que o futebol passou a ser algo mundial, universal", disse o presidente em exercício desde 1998, que entrou há 40 anos na Fifa.

"João Havelange, meu antecessor, havia me dito 'criamos um monstro'. É o casamento da televisão e do futebol o que produziu esta explosão econômica da Fifa", explicou o suíço.

"Vamos prestar atenção não apenas no dinheiro que existe no futebol, que se converteu em um movimento econômico enorme, não apenas nos salários dos jogadores, mas também na construção de infraestruturas", concluiu.

Indivíduos, não a organização

Blatter insistiu que as detenções de autoridades do futebol na quarta-feira ocorreram pelas ações - caso a culpa dos envolvidos seja confirmada - de "indivíduos, e não de toda a organização".

"Os indivíduos (envolvidos no escândalo) perderam de vista que o futebol se baseia na disciplina e no jogo limpo, e que é um esporte de equipe no qual todos devemos ir no mesmo sentido", ressaltou, antes de admitir que aceita sua parcela de responsabilidade como presidente da organização.

"Mas não podemos controlar a todo momento todos os que estão no futebol. Somos 209 federações nacionais em seis confederações, mas o futebol é composto por mais de 300 milhões de pessoas ativas e 1,6 bilhão se contarmos seus familiares e amigos", acrescentou.

Em uma de suas intervenções no 65º Congresso, insinuou que o clima anti-Fifa sentido nos últimos dias pode ter relação com a eleição das sedes dos Mundiais de 2018 e 2022, e sua atribuição a Rússia e Catar, respectivamente.

"Se no dia 2 de dezembro de 2010 outros dois países tivessem sido designados organizadores dos Mundiais de 2018 (Rússia) e 2022 (Catar), acredito que não estaríamos assim", explicou Blatter, insinuando que as designações destas Copas do Mundo provocaram a irritação da Inglaterra, que queria sediar a competição em 2018, e dos Estados Unidos, frustrados por não terem conseguido a sede de 2022.

A operação que levou à detenção de sete autoridades da Fifa em um hotel de luxo de Zurique foi orquestrada pela justiça americana.

A Inglaterra, através de seus responsáveis políticos, sua Federação de futebol e a imprensa, mostrou ser uma fervorosa opositora a Blatter, de 79 anos, que aspira nesta sexta-feira ser reeleito para um quinto mandato, em uma disputa na qual tem como adversário o príncipe jordaniano Ali Bin al Hussein, de 39 anos.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, e seu ministro da Cultura e Esportes, John Whittingdale, apoiaram na quinta-feira no Parlamento a posição da Federação Inglesa (FA), pedindo a substituição de Blatter à frente da Fifa.

Redação O POVO Online com informações da AFP

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