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EUA acusam seis chineses de espionagem econômica

Os seis são acusados de trabalhar para roubar segredos comerciais de duas empresas de semicondutores, Avago Technologies, com sede na Califórnia, e Skyworks Solutions, com sede em Massachussetts, em um plano que supostamente começou em 2006

18:04 | 19/05/2015

Seis cidadãos chineses, três deles professores universitários, foram acusados de espionagem econômica e roubo de segredos comerciais em benefício de universidades e empresas controladas pela China, anunciou o Departamento de Justiça americano.

O esquema envolveu o roubo da tecnologia denominada FBAR, que permite aos telefones celulares e outros aparelhos filtrar sinais de rádio e melhorar o desempenho.

"Como demonstra o caso de hoje, a tecnologia desenvolvida por empresas americanas no Vale do Silício e ao longo da Califórnia continua sendo vulnerável aos esforços coordenados e complexos de governos estrangeiros para roubar esta tecnologia", afirmou a promotora federal Melinda Haag.

Os seis são acusados de trabalhar para roubar segredos comerciais de duas empresas de semicondutores, Avago Technologies, com sede na Califórnia, e Skyworks Solutions, com sede em Massachussetts, em um plano que supostamente começou em 2006.

"Este caso demonstra que os Estados Unidos estão comprometidos em proteger do roubo os segredos comerciais e a informação patenteada das companhias americanas", disse a jornalistas o porta-voz do Departamento de Estado Jeffrey Rathke. "A espionagem econômica é algo que levamos muito a sério", enfatizou.

Esquema 

Segundo os investigadores, o esquema foi montado com a criação de uma empresa fictícia chamada Novana nas Ilhas Cayman, liderada pelos acadêmicos chineses e pela Universidade de Tianjin, com respaldo do governo chinês, para fabricar produtos tecnológicos rivais que seriam apresentados por uma companhia chinesa batizada como ROFS Microsystems.

Entre os acusados está o professor da Universidade Tianjin Hao Zhang, de 36 anos, ex-funcionário da Skyworks, detido quando entrou nos Estados Unidos no sábado passado, segundo o Departamento de Justiça.

Os outros acusados são Wei Pang, de 35 anos, ex-funcionário da Avago e também professor da Universidade Tianjin; Jinping Chen, de 41, professor de Tianjin e membro da diretoria da ROFS; Huisui Zhang, 34, que estudou com Pang e Hao Zhang na Universidade da Carolina do Sul; Chong Zhou, 26, estudante graduado de Tianjin; e Zhao Gang, 39, administrador geral da ROFS Microsystems. Os seis foram acusados de espionagem econômica, roubo de segredos comerciais e conspiração.

11º caso

Segundo o Departamento de Justiça, esse é o décimo primeiro caso de espionagem econômica com base em uma lei de 1996.

Pang e Zhang se conheceram na USC durante o doutorado em engenharia elétrica, onde pesquisaram sobre a tecnologia FBAR, com fundos da Agência de projetos de pesquisa avançada em defesa americana Darpa.
Após o doutorado, Pang foi contratado pela Avago e Zhang pela Skyworks. Nessas companhias, os dois assinaram um acordo de não divulgação de suas tecnologias e invenções.

"Zhang e Pang conspiraram e roubaram com conhecimento de causa e sem autorização. Copiaram, duplicaram, descarregaram, transmitiram e comunicaram (...) segredos comerciais pertencentes à Avago e à Skyworks", diz o texto de acusação.

Tentaram patentear a tecnologia nos Estados Unidos e na China, apresentando-se como seus inventores, com a esperança de produzi-la na China e vendê-la aos gigantes de telefonia móvel Samsung, Nokia, Motorola e LG. Um mercado estimado em mais de 1 bilhão de dólares em 2006, segundo mensagens dos acusados incluídos no documento.

AFP

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