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China amplia ação militar para "proteção em mar aberto"

11:58 | 26/05/2015
Nova estratégia sugere que Pequim elevará sua presença no Mar da China Meridional, onde disputa territórios com outros países da região, e é divulgada em meio a tensões com os EUA por causa de aterros nas Ilhas Spratly. A China divulgou nesta terça-feira (26/05) que vai adotar uma estratégia militar mais ofensiva, incluindo uma maior ênfase à "proteção em mar aberto" em vez, somente, da "defesa de águas territoriais". "Não atacaremos se não formos atacados, e contra-atacaremos, com certeza, se formos atacados", afirma o documento do governo chinês, divulgado em Pequim, e que atualiza as normas de 2004. O documento acusa países vizinhos de "ações provocativas" e de se "reforçar sua presença em recifes e ilhas chinesas por eles ilegalmente ocupados". Em resposta, a Marinha do Exército de Libertação Popular vai "gradualmente mudar seu foco da 'defesa de águas territoriais' para uma combinação de 'defesa de águas territoriais' e 'proteção em mar aberto'". As afirmações sugerem que a China vai ampliar sua presença no Mar da China Meridional, onde disputa territórios com outros países da região, como o Vietnã e as Filipinas. O governo da China também anunciou que a Força Aérea do país almejará "mudar seu foco da defesa aérea territorial para tanto defesa quanto ataque", afirmando ainda que o Exército vai aumentar a sua mobilidade global e que forças de artilharia vão reforçar sua capacidade de lançar "ataques de precisão de médio e longo alcance." Ilhas artificiais O documento foi apresentado num momento de tensão entre Pequim e Washington por causa de projetos chineses de extensão territorial por meio de aterros nas Ilhas Spratly, no Mar da China Meridional. O arquipélago é, há muito tempo, objeto de disputa territorial. A sua posse é reclamada não somente pela China, mas também por Filipinas, Vietnã, Malásia, Taiwan e Brunei. Um porta-voz do Ministério da Defesa da China rejeitou a crítica americana sobre os aterros no Mar da China Meridional, afirmando que eles seriam comparáveis à construção de casas ou estradas no continente. "Do ponto de vista da soberania, não há absolutamente nenhuma diferença", afirmou. Os Estados Unidos acusam a China de aterrar uma área de 800 hectares que pode servir como pista de decolagem e pouso de aviões. Nesta terça-feira, a imprensa chinesa noticiou que o governo construirá dois faróis nas ilhas. Na sexta-feira passada houve um incidente envolvendo um avião de reconhecimento dos EUA, que se encontrava nas proximidades das Ilhas Spratly e foi "desviado", segundo informações chinesas. A tripulação da aeronave americana enfatizou que se encontrava em "espaço aéreo internacional", mas o governo chinês afirmou que se tratava de uma ação "altamente irresponsável e perigosa" e advertiu sobre possíveis "incidentes indesejáveis". A China vem ampliando há décadas os seus gastos anuais com o Exército, que é o maior do mundo em número de soldados. O esforço armamentista chinês vem alarmando os países vizinhos. CA/afp/rtr/ap
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