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Blatter diz que 'acusados são indivíduos, não o conjunto da organização'

06:24 | 29/05/2015

"Os acusados, se ficar demonstrado que são culpados, são indivíduos, não o conjunto da organização", declarou nesta sexta-feira Joseph Blatter, presidente da Fifa, que busca seu quinto mandato, quando sua instância está em pleno escândalo de corrupção.

"Os acontecimentos desta semana (as detenções por supostos casos de corrupção de membros da Fifa) desenharam uma sombra. Vamos tentar apagar esta sombra, não podemos admitir que a reputação da Fifa seja arrastada para a lama", acrescentou Blatter, de 79 anos, presidente desde 1998, antes de concluir: "vamos cerrar fileiras para ir adiante".

"Os indivíduos (envolvidos no escândalo) perderam de vista que o futebol se baseia na disciplina e no jogo limpo, e que é um esporte de equipe no qual todos devem ir na mesma direção", ressaltou, antes de admitir que aceita sua quota de responsabilidade como presidente da organização.

"Mas não podemos controlar a todo momento todos os que estão no futebol. Somos 209 federações nacionais em seis confederações, mas o futebol é composto por mais de 300 milhões de pessoas ativas no futebol e 1,6 bilhão se contarmos seus familiares e amigos", acrescentou.

"As Comissões da Fifa não podem controlar 300 milhões. Em nenhum país um único tribunal pode controlar tudo. É preciso entender isso e fazer isso ser entendido", insistiu.

Sedes de 2018 e 2022 influenciaram clima anti-Fifa

Joseph Blatter, presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), estimou nesta sexta-feira que o clima hostil contra sua organização poderia não estar ocorrendo se os Mundiais de 2018 e 2022 tivessem sido atribuídos a outros países que não fossem Rússia e Catar.

"Se no dia 2 de dezembro de 2010 outros dois países tivessem sido designados organizadores dos Mundiais de 2018 (Rússia) e 2022 (Catar), acredito que não estaríamos assim", explicou Blatter, insinuando que as designações destas Copas do Mundo provocaram a irritação da Inglaterra, que queria sediar a competição em 2018, e dos Estados Unidos, frustrados por não terem conseguido a sede de 2022.

A operação que levou à detenção de sete autoridades da Fifa em um hotel de luxo de Zurique foi orquestrada pela justiça americana.
A Inglaterra, através de seus responsáveis políticos, sua Federação de futebol e a imprensa, mostrou ser uma fervorosa opositora a Blatter, de 79 anos, que aspira nesta sexta-feira ser reeleito para um quinto mandato, em uma disputa na qual tem como adversário o príncipe jordaniano Ali Bin al Hussein, de 39 anos.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, e seu ministro da Cultura e Esportes, John Whittingdale, apoiaram na quinta-feira no Parlamento a posição da Federação Inglesa (FA), pedindo a substituição de Blatter à frente da Fifa.

AFP

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