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Bin Laden queria mais ataques contra os EUA

22:24 | 20/05/2015
Governo americano revela mais de 100 documentos encontrados no esconderijo onde líder da Al Qaeda foi morto. Neles, Bin Laden diz que prioridade é "matar americanos", e que operações no Oriente Médio desviariam o foco. Mesmo escondido em seu refúgio em Abbottabad, no Paquistão, o ex-líder da Al Qaeda Osama bin Laden continuou pedindo a seus seguidores que se mantivessem focados em ataques contra os Estados Unidos, segundo revelaram documentos divulgados nesta quarta-feira (20/05) pelo governo americano. "A prioridade deve ser matar e combater os americanos e seus representantes", escreveu Bin Laden num dos documentos encontrados na residência de Abbottabad, onde o terrorista permaneceu escondido até ser atacado e morto pelas forças especiais americanas, em maio de 2011. Para ele, combates contra regimes do Oriente Médio iriam desviar a Al Qaeda do foco principal de atacar os Estados Unidos. "Devemos parar as operações contra as Forças Armadas e a polícia em todas as regiões, especialmente no Iêmen", escreveu. A revelação de mais de 100 documentos mostra uma grande divisão interna da rede terrorista com relação à estratégia que deveriam seguir. Logo após a morte de Bin Laden, a nova liderança tomou decisões contrárias às orientações do ex-chefe, motivando operações de menor escala ou ataques individuais. A rede terrorista é especialmente ativa no Iêmen, que vive uma escalada nos conflitos. Entre os papéis encontrados no refúgio há ainda cartas para familiares, reflexões táticas, textos que revelam a ansiedade diante da espionagem ocidental e sua obsessão com a imagem pública da rede terrorista. Bin Laden conseguiu levar sua esposa favorita para o esconderijo, mas a alertou antes para deixar tudo para trás no Irã antes de seguir ao Paquistão. "Como não dá para confiar nos iranianos, é possível que implantem um chip em alguns de seus pertences que você porventura traga", escreveu. O presidente americano, Barack Obama, havia apelado para uma "maior transparência" em torno dos documentos confiscados no Paquistão, e o Congresso votou uma lei que obriga os serviços de informações a examinar quais os documentos que podem ser divulgados, segundo o porta-voz da Direção Nacional de Informações, Jeff Anchukaitis. A revelação dos documentos ocorreu pouco após a publicação de um artigo do jornalista investigativo Seymour Hersh, questionando a versão oficial da morte de Bin Laden. No entanto, o porta-voz da CIA, Ryan Trapani, indicou que este processo tinha começado há alguns meses e não pode ser considerado uma resposta ao artigo. MSB/afp/rtr/lusa
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