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Aumenta a pressão sobre Blatter

08:31 | 28/05/2015
Dirigente suíço cancela presença em evento na abertura do congresso anual da Fifa, que vê questionamentos de patrocinadores, políticos e federações crescerem. Entidade, porém, mantém eleição para presidente. O veterano presidente da Fifa, Josep Blatter, está sob forte pressão depois que as acusações da Justiça americana e as prisões de dirigentes do futebol mundial levaram à maior crise na história da entidade, pouco antes da abertura de seu congresso anual, nesta quinta-feira (28/05). Blatter está desde 1975 na Fifa, onde começou como diretor técnico e foi, aos poucos, ascendendo até chegar a secretário-geral e, em 1998, a presidente. Inicialmente, ele saiu ileso das acusações, mas não dos questionamentos. O suíço de 79 anos é com frequência acusado de governar a entidade máxima do futebol como um banco suíço com o mínimo de transparência possível em relação aos bilhões de dólares que entram e saem dos cofres da Fifa. Políticos, federações de futebol, dirigentes e patrocinadores evitaram críticas diretas a sua pessoa não há provas de seu envolvimento no escândalo. A pressão foi, sobretudo, para o adiamento da eleição de presidente da Fifa, que, ao menos antes do escândalo, ele esperava ganhar com relativa facilidade nesta sexta-feira. "Há anos existem acusações de corrupção. Faria sentido tomar um pouco de tempo, ver o que é verdade e o que não é. Por enquanto, tem-se uma imagem desastrosa", afirmou o chanceler francês, Laurent Fabius. "Faz sentido adiar essa votação." No mesmo tom se manifestou o chanceler britânico, Philip Hammond: "Há alguma coisa muito errada no coração da Fifa, o futebol internacional precisa de uma reforma", disse. Patrocinadores criticam Grandes patrocinados do futebol mundial cobraram esclarecimentos. A Visa afirmou que vai reavaliar o seu patrocínio se a Fifa não reestruturar a sua cultura corporativa com "práticas éticas sólidas". E a Adidas pediu que a entidade "respeite as regras de transparência em tudo o que faça". O comitê executivo da Uefa defendeu que o congresso anual da Fifa, e a eleição para a presidência da entidade, prevista para esta sexta-feira, sejam adiadas por seis meses. Há o risco de farsa se o congresso for mantido, acrescentou, em comunicado oficial. "Os acontecimentos mostram, mais uma vez, que a corrupção está profundamente enraizada na cultura da Fifa", afirmou a Uefa. No entanto, o presidente da Federação Francesa de Futebol (FFF), Noël Le Graët, deu a entender que, apesar do escândalo de corrupção, ele manterá a sua confiança no atual quadro da Fifa. Blatter também conta com o apoio da Federação Asiática de Futebol (CAF), que se opôs ao adiamento da eleição. Com 47 membros, a entidade, que suspendeu o seu ex-presidente Mohammed bin Hammam por corrupção, é o terceiro maior bloco regional na Fifa. O dirigente suíço cancelou presença agendada oficialmente em evento de medicina esportiva da Fifa marcado esta quinta-feira em Zurique. O diretor médico da entidade, Jiri Dvorak, argumentou que ele não poderia comparecer por causa das "turbulências" em curso. CA/afp/rtr/dpa
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