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Assassinato de repórter em MG preocupa associações de jornalistas

Corpo de Evany José Metzker foi encontrado decapitado na cidade de Padre Paraíso, onde investigava um esquema de prostituição infantil

15:38 | 20/05/2015
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O caso do jornalista encontrado morto na zona rural de Padre Paraíso, em Minas Gerais, é acompanhado com muita atenção pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais. Isso porque as investigações apontam para duas possibilidades: crime passional ou crime político motivado por questões profissionais.

O corpo de Evany José Metzker decapitado, seminu e com as mãos amarradas foi localizado nesta segunda-feira, 18, no município que fica no Vale do Jequitinhonha, nordeste de Minas Gerais.

Ele teria se hospedado numa pousada da região para produzir uma reportagem sobre prostituição infantil e estava desaparecido desde a quarta-feira da semana passada.

"Há evidências de que foi um crime relacionado ao trabalho que ele vinha desenvolvendo na região. As informações são de que ele estava numa pousada em Padre Paraíso, justamente investigando casos de prostituição infantil. A região é conhecida pelo alto índice de prostituição infantil, principalmente na cidade onde ele estava", declarou o presidente do sindicato, Kerison Lopes. Metzker tinha 67 anos e escrevia notícias e reportagens com foco policial e político no blog Coruja do Vale.

Na noite desta terça, 19, uma força-tarefa solicitada pelo sindicato ao governo de Minas Gerais se deslocou para o local da morte de Metzker. Segundo Lopes, o pedido é inspirado no caso de dois jornalistas mortos em Ipatinga, também em Minas Gerais, há dois anos.

Rodrigo Neto e Walgney de Assis Carvalho foram assassinados em 8 de março e 14 de abril de 2013, respectivamente. Um ex-policial civil foi condenado pelo assassinato de Neto e ainda será julgado pela morte de Carvalho.

O presidente da Fenaj, Celso Schröder, disse que a entidade acompanha as investigações "com a cautela que essas dúvidas exigem", ao lado do Sindicato de Minas Gerais. "Quase sempre, investigações policiais da mortes de jornalistas vêm com algum elemento de criminalização da vítima. Crime passional, sexual, envolvimento em corrupção Às vezes é, às vezes não. Levando em conta essas possibilidades e sem fazer nenhum juízo de valor antecipado, a Fenaj acompanha o caso com muita preocupação", afirmou Schröder.

Em nota no site oficial, o sindicato conceitua o caso como "de imensa gravidade, pelo caráter bárbaro do crime, que abalou não apenas a categoria dos jornalistas mineiros, mas toda a sociedade brasileira, com repercussão inclusive no exterior."

 

Autor: Guilherme BeckerEdição: Alexandre Schossler


 

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