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Após onda de violência, Macedônia acusa 30 de terrorismo

13:10 | 11/05/2015
Governo diz ter desmantelado grupo armado envolvido nos confrontos do fim de semana, que deixaram mais de 20 mortos em reduto da minoria albanesa e elevaram temores de que ex-república iugolasva enfrente guerra civil O Ministério Público da República da Macedônia denunciou 30 pessoas por terrorismo nesta segunda-feira (11/05), após a onda de violência no último fim de semana na cidade de Kumanovo, reduto da minoria étnica albanesa no país, que deixou 22 mortos. "Os suspeitos foram acusados de terrorismo e de pôr em risco a ordem constitucional e a segurança", afirmou a promotoria. Alguns também enfrentam acusações de posse ilegal de armas e explosivos. Dos acusados, 18 são do Kosovo (antiga província sérvia cuja maioria albanesa proclamou a independência em 2008), 11 da Macedônia e um da Albânia. A polícia macedônia diz ter desmantelado totalmente o grupo armado, de cerca de 40 membros. Eles estavam entrincheirados na cidade de Kumanovo, 40 quilômetros ao nordeste da capital. Durante os enfrentamentos, 22 pessoas morreram oito delas policiais , 37 ficaram feridas e 30 se entregaram. Segundo o governo, não houve vítimas civis. As autoridades temem que ainda mais minas e armadilhas estejam ocultas na área dos ataques. Nesta segunda-feira, moradores começaram a voltar a suas casas na cidade, no norte do país. No maior bairro albanês de Kumanovo, as escolas permanecem fechadas, e várias casas foram destruídas nos confrontos. Governo sob pressão Os detidos pertenceriam à guerrilha albano-kosovar Exército de Libertação do Kosovo, que já estava desmantelada, mas que no final de abril tomou o controle durante várias horas de um posto na fronteira entre Macedônia e Kosovo. O primeiro-ministro Nikola Gruevski afirmou a repórteres que o grupo, segundo ele terrorista, se infiltrou na Macedônia com a intenção de assassinar milhares de pessoas e desestabilizar o país. "Este não é um conflito entre macedônios e albaneses, uma vez que isso traria danos para ambos e para a região", afirmou o primeiro-ministro. A violência foi o último capítulo da uma escalada de instabilidade iniciada em fevereiro, após as denúncias, feitas pela oposição, de uma operação de larga escala de espionagem por parte do governo, que, por sua vez, diz ser alvo de uma tentativa de golpe. Os oposicionistas vêm realizando há semanas protestos pela renúncia do primeiro-ministro, o qual acusam de fraudar as eleições e de abusos de poder contra a minoria étnica. Há três meses, Zoran Zaev, líder do principal partido da oposição, a União Social-Democrata da Macedônia (SDSM), começou a divulgar gravações telefônicas que comprometem os mais altos cargos do Estado e que, segundo afirma, provam vários crimes. O Ministério Público já apresentou acusações contra Zaev por possuir e publicar conversas gravadas ilegalmente. A previsão é que o julgamento comece ainda em maio. RC/ap/afp/dpa/efe
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