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Após escândalo Blatter não comparece ao Congresso Médico da Fifa

Segundo o diretor médico da Fifa o presidente Blatter pede desculpas por não estar presente, devido às turbulências do escândalo

06:05 | 28/05/2015
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O diretor médico da Fifa afirmou nesta quinta-feira, 28, que o Congresso Médico da entidade não contou com a presença do presidente Joseph Blatter, ausente pelas turbulências que abalaram a entidade nas últimas horas.

O suíço Jiri Dvorak usou o termo "turbulências" para fazer referência ao escândalo que sacudiu a Fifa na quarta-feira, com a detenção de sete dirigentes em Zurique, acusados de corrupção pelas autoridades americanas, que indiciaram 14 pessoas em sua investigação.

"O presidente Blatter pede desculpas por não estar presente, devido às turbulências que vocês provavelmente acompanharam na imprensa", declarou Dvorak, diretor médico da Fifa, na abertura do segundo dia do Congresso Médico da entidade em Zurique.

"Tem que assumir suas responsabilidades na gestão da situação e isto, sem dúvida, é o mais importante", acrescentou Dvorak.

O Congresso Médico da Fifa funciona como a introdução do 65º Congresso da entidade, que começa nesta quinta-feira.

Blatter, 79 anos, buscará na sexta-feira, 29, a reeleição para um quinto mandato, em uma disputa na qual tem apenas um adversário, o príncipe jordaniano Ali Bin Al-Hussein.

A promotoria da Suíça não pretende, no momento, interrogar Joseph Blatter, presidente da Fifa, como parte das investigações abertas por lavagem de dinheiro e corrupção dentro da entidade, anunciou um porta-voz oficial.

"No momento, não está previsto fazer o senhor Blatter prestar depoimento", afirmou o porta-voz da promotoria em um e-mail enviado à AFP.

Aumenta a pressão sobre Blatter
Dirigente suíço cancela presença em evento na abertura do congresso anual da Fifa, que vê questionamentos de patrocinadores, políticos e federações crescerem. Entidade, porém, mantém eleição para presidente. O veterano presidente da Fifa, Josep Blatter, está sob forte pressão depois que as acusações da Justiça americana e as prisões de dirigentes do futebol mundial levaram à maior crise na história da entidade, pouco antes da abertura de seu congresso anual, nesta quinta-feira, 28.

Blatter está desde 1975 na Fifa, onde começou como diretor técnico e foi, aos poucos, ascendendo até chegar a secretário-geral e, em 1998, a presidente. Inicialmente, ele saiu ileso das acusações, mas não dos questionamentos.

O suíço de 79 anos é com frequência acusado de governar a entidade máxima do futebol como um banco suíço com o mínimo de transparência possível em relação aos bilhões de dólares que entram e saem dos cofres da Fifa.

Políticos, federações de futebol, dirigentes e patrocinadores evitaram críticas diretas a sua pessoa não há provas de seu envolvimento no escândalo. A pressão foi, sobretudo, para o adiamento da eleição de presidente da Fifa, que, ao menos antes do escândalo, ele esperava ganhar com relativa facilidade nesta sexta-feira.

"Há anos existem acusações de corrupção. Faria sentido tomar um pouco de tempo, ver o que é verdade e o que não é. Por enquanto, tem-se uma imagem desastrosa", afirmou o chanceler francês, Laurent Fabius. "Faz sentido adiar essa votação."

No mesmo tom se manifestou o chanceler britânico, Philip Hammond: "Há alguma coisa muito errada no coração da Fifa, o futebol internacional precisa de uma reforma", disse.

Patrocinadores criticam

Grandes patrocinados do futebol mundial cobraram esclarecimentos. A Visa afirmou que vai reavaliar o seu patrocínio se a Fifa não reestruturar a sua cultura corporativa com "práticas éticas sólidas". E a Adidas pediu que a entidade "respeite as regras de transparência em tudo o que faça".

O comitê executivo da Uefa defendeu que o congresso anual da Fifa, e a eleição para a presidência da entidade, prevista para esta sexta-feira, sejam adiadas por seis meses. Há o risco de farsa se o congresso for mantido, acrescentou, em comunicado oficial.

"Os acontecimentos mostram, mais uma vez, que a corrupção está profundamente enraizada na cultura da Fifa", afirmou a Uefa.

No entanto, o presidente da Federação Francesa de Futebol (FFF), Noël Le Graët, deu a entender que, apesar do escândalo de corrupção, ele manterá a sua confiança no atual quadro da Fifa.

Blatter também conta com o apoio da Federação Asiática de Futebol (CAF), que se opôs ao adiamento da eleição. Com 47 membros, a entidade, que suspendeu o seu ex-presidente Mohammed bin Hammam por corrupção, é o terceiro maior bloco regional na Fifa.

O dirigente suíço cancelou presença agendada oficialmente em evento de medicina esportiva da Fifa marcado esta quinta-feira em Zurique. O diretor médico da entidade, Jiri Dvorak, argumentou que ele não poderia comparecer por causa das "turbulências" em curso.

AFP

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