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Snowden revela plano de espionagem britânico na Argentina

18:20 | 03/04/2015
Citando ex-analista da NSA, jornal argentino divulga programa de vigilância do Reino Unido para garantir soberania nas Ilhas Malvinas. Presidente Kirchner, ordena desclassificação de documentos sobre a guerra. Um relatório publicado nesta sexta-feira (03/04) na página argentina de notícias Todo Noticias (TN), citando documentos vazados pelo ex-analista da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA), Edward Snowden, detalha um elaborado plano de espionagem conduzido pelo Reino Unido contra autoridades argentinas entre 2006 e 2011. A vigilância teria sido implementada numa tentativa de garantir a segurança das Ilhas Malvinas, buscando informações "sobre interceptações e operações de intervenção ou outras manobras" por parte do governo argentino. Chamadas pelos britânicos de Falkland Islands, o arquipélago é controlado pelo Reino Unido desde 1833. No entanto, em 1982, forças argentinas tentaram ocupar as ilhas, resultando numa curta, mas sangrenta, guerra sobre o Atlântico Sul. Segundo a publicação do TN, os documentos mostram que uma força-tarefa do serviço de inteligência britânico conduziu um programa de espionagem de "longo prazo e de longo alcance", denominado de Operação Quito. O programa incluía esforços em interceptar comunicações de líderes militares e políticos argentinos. "Os novos documentos, nunca vistos antes, expõem como as mais secretas forças-tarefa [do Reino Unido] usaram um jogo sujo e lançaram sistematicamente desinformações numa ofensiva cibernética", escreveu o TN. "O objetivo: impedir que a Argentina recupere as ilhas." Snowden, que trabalhou como analista para a NSA, vive no exílio na Rússia desde 2013, quando ele começou a vazar informações para jornalistas sobre programas de vigilância em massa conduzidos pelos EUA contra seus aliados, incluindo a chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o governo brasileiro. Kirchner ordena desclassificação de documentos As Ilhas Malvinas voltaram às manchetes na semana passada, quando o secretário de Defesa o Reino Unido, Michael Fallon, anunciou planos para gastar 180 milhões de libras esterlinas (cerca de 268 milhões de dólares) para combater a "intimidação contínua" da Argentina nos próximos dez anos. Em visita à autodeclarada capital das Malvinas, Ushuaia, também nesta sexta-feira, a presidente a Argentina, Cristina Kirchner, afirmou ter ordenado a desclassificação de documentos secretas referente à Guerra das Malvinas. O ministério da Defesa tem agora um prazo de 30 dias para divulgar o material. Kirchner foi a Ushuaia para discursar em cerimônia em homenagem aos 33 anos do início da Guerra das Malvinas, que vitimou 649 soldados argentinos e 255 britânicos. Apesar da derrota em 1982, Buenos Aires não desistiu na reivindicação sobre o controle do arquipélago, que fica a aproximadamente 400 quilômetros da costa do sul da Argentina. Num referendo realizado em 2013, 99,8% dos habitantes das Ilhas Malvinas votaram a favor da permanência do arquipélago como território britânico. Buenos Aires não reconhece o referendo. PV/afp/ots/rtr/dpa
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