Premiê do Iraque vê risco de conflito no Iêmen virar guerra sectária mais ampla
O político xiita afirmou que "não há lógica" nos ataques aéreos sauditas e pediu aos líderes mundiais que consigam rapidamente obter um cessar-fogo no Iêmen. As Nações Unidas têm demonstrado temores ante a crescente crise humanitária na região.
A Arábia Saudita, com o apoio do Conselho para a Cooperação do Golfo, tem realizado ataques aéreos há quase três semanas no Iêmen, tendo como alvo os militantes houthis, que são apoiados pelo Irã. Os houthis assumiram o controle da capital iemenita, Sanaa, e forçaram o presidente Abed Rabbo Mansour Hadi a fugir no mês passado.
"Para mim, em primeiro lugar não há nenhuma lógica na operação" saudita, afirmou Abadi a um grupo de jornalistas na manhã de hoje em Washington, onde ele realiza sua primeira visita oficial aos Estados Unidos.
Abadi disse que discutiu o Iêmen com o presidente Barack Obama, o vice-presidente Joe Biden e o secretário de Estado, John Kerry, durante as reuniões de ontem. Segundo ele, as autoridades americanas concordaram que é necessária uma solução diplomática e política para encerrar a violência no país árabe.
Já o porta-voz Alistair Baskey, do Conselho de Segurança Nacional, deu uma versão distinta sobre os comentários de Obama na reunião de ontem. "O presidente não criticou as ações sauditas ou do Conselho para a Cooperação do Golfo no Iêmen", afirmou Baskey em comunicado, reafirmando o apoio do governo à operação militar no Iêmen. Baskey disse que a Casa Branca apoiou uma resolução no Conselho de Segurança da ONU na terça que impôs um embargo de armas sobre os combatentes houthis e pediu a todos os lados que participem das conversas de paz na Arábia Saudita.
O conflito no Iêmen é um desafio estratégico para o governo Obama. Os EUA apoiam publicamente os ataques aéreos sauditas e fornecem armas, apoio logístico e inteligência à monarquia saudita. Em privado, porém, funcionários dos EUA advertiram para o aumento nas baixas civis e questionam a estratégia de longo prazo de Riad.
A Arábia Saudita diz que os ataques aéreos têm como objetivo levar os houthis para fora de Sanaa e garantir a volta de Hadi ao poder. O governo saudita afirmou ainda que deseja uma transição política democrática no Iêmen. Fonte: Dow Jones Newswires.