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Mais de um terço dos brasileiro presos no exterior estão na Europa

20:39 | 02/04/2015
Segundo Itamaraty, o ano de 2014 terminou com 2.787 cidadãos do Brasil encarcerados ao redor do mundo, sendo 1.046 no Velho Continente. O número, no entanto, registra primeira queda desde o início do levantamento. O ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE) divulgou, nesta quinta-feira (02/04), o número de brasileiros presos no exterior ao fim de 2014. De acordo com o Itamaraty, mais de um terço 37,53% dos brasileiros detidos fora do país estão na Europa, principalmente em Portugal e na Espanha. Ao todo, o ano passado terminou com 1.046 presos no Velho Continente 285 em Portugal, 267 na Espanha e 180 na Itália. A Alemanha figura em sétimo na lista, com 30 brasileiros detidos. O número, no entanto, é inferior comparado com o de 2013, tanto na Europa como no resto do mundo. A quantidade de brasileiros presos no exterior diminuiu 13,1% entre o fim de 2013 e 31 de dezembro de 2014, passando de 3.209 para 2.787. De acordo com o Itamaraty, foi o primeiro registro de queda desde 2011, quando o levantamento começou a ser feito. A redução mais expressiva ocorreu nos Estados Unidos. No fim de 2014, eram 406 brasileiros presos no país, ante 726 em 2013, uma redução de 44%. "Acreditamos que a causa são as medidas migratórias anunciadas pelo presidente Barack Obama em novembro de 2014. Apesar de ainda não estarem completamente regulamentadas, elas resultaram em um arrefecimento das práticas e políticas de autoridades migratórias e de aplicação da lei local", avaliou a diretora do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior do MRE, ministra Luiza Lopes da Silva. Mais da metade dos brasileiros (1.430) já está cumprindo pena, enquanto 39% (1.086) estão em prisão preventiva, aguardando julgamento ou deportação. Cerca de 10% não tiveram a situação jurídica informada, pois se encontram em países onde o direito à privacidade é preservado. Narcotráfico é principal causa O tráfico e o porte de drogas continuam sendo uma das principais causas de prisões, sendo responsáveis por 31% do total, ou 864 das 2.787 detenções. Segundo a ministra Luiza Lopes, as autoridades brasileiras, incluindo a Polícia Federal, em cooperação com autoridades de outros países, usam os serviços de inteligência para combater o narcotráfico. Ela afirmou que, sem essa cooperação, o número de presos por esses crimes seria muito maior. Em relação ao gênero, 79,23% (2.208) são homens e 17,22% (480) mulheres, a maior parte presa em flagrante como "mulas" do narcotráfico. De acordo com os dados, 1,79% (50) é composto por transgêneros, além de sete (0,25%) menores e 42 (1,51%) em países europeus que não fornecem informações sobre os presos. Um brasileiro condenado à morte O ministério afirmou ainda que há um brasileiro condenado à morte no exterior, o advogado Rodrigo Goulart, e que não tem conhecimento de nenhum outro processo em curso. O paranaense, de 42 anos, foi condenado à morte em 2005, um ano depois de ser preso na Indonésia com 6 quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe. Até então, os dois pedidos de clemência foram recusados pelo governo da Indonésia. No mesmo complexo peniteciário, o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira foi executado em janeiro. Ele havia sido condenado por tráfico de drogas e é o primeiro - e até então único - brasileiro a ser executado por pena de morte. Os cinco países com mais brasileiros presos: - Estados Unidos: 406 - Japão: 397 - Paraguai: 298 - Portugal: 285 - Espanha: 267 PV/ab/ots
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