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Jornalista japonês recebe passaporte que proíbe de ir a Iraque e Síria

Yuichi Sugimoto é fotografo e recebeu o passaporte que continha a observação de restrição

09:46 | 10/04/2015
Um jornalista japonês recebeu um passaporte que proíbe expressamente a ele o acesso à Síria e ao Iraque, depois que o grupo jihadista Estado Islâmico, que controla territórios nos dois países, decapitou dois reféns japoneses, indicou nesta sexta-feira, 10, a imprensa local.]

Em uma iniciativa sem precedentes, o ministério das Relações Exteriores confiscou em fevereiro o passaporte de Yuichi Sugimoto, um fotógrafo independente de 58 anos que tinha o projeto de viajar à Síria para fazer uma reportagem sobre um campo de refugiados.

O repórter ressaltou sua experiência em conflitos e disse que não tinha a intenção de entrar em zonas controladas pelos jihadistas do EI. Finalmente, recebeu seu passaporte na quinta-feira, 9, e para sua surpresa no documento havia uma menção especial que diz: "Este passaporte é válido para todos os países e regiões, com as exceções de Iraque e Síria".

"Levando-se em conta meu trabalho nos últimos vinte anos, não posso aceitar que me proíbam de viajar a estes dois países para cobrir a atualidade", disse o fotógrafo à imprensa em sua cidade de Niigata (norte).

"Insistirei para que me deem um passaporte normal, como o de qualquer cidadão", disse o fotógrafo, que diz ser vítima de uma medida contra a liberdade de imprensa. Já as autoridades afirmam que tomaram esta atitude para proteger a vida do repórter, e respeitando a legislação.

O EI decapitou no fim de janeiro Haruna Yukawa, diretor de uma segunda empresa que tinha como missão resgatar japoneses no exterior, e uma semana mais tarde agiu novamente com seu compatriota Kenji Goto, um repórter experiente que foi em busca do primeiro.
AFP
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