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Desastre da Germanwings: relembre os principais fatos

Quase um mês após o desastre, muitas questões ainda estão em aberto. Confira cronologia dos acontecimentos.

10:27 | 17/04/2015
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Em 24 de março, o voo 9525 da empresa alemã Germanwings partiu de Barcelona e caiu nos Alpes franceses, em sua rota para Düsseldorf. A descida do Airbus A320 durou oito minutos, em seguida, a aeronave se chocou com as montanhas a leste da cidade de Le Vernet. Todas as 150 pessoas a bordo morreram. A princípio, a causa do acidente não foi identificada.

A suspeita

Um dia depois do desastre, o Ministério Público em Marselha iniciou uma investigação por homicídio culposo. Em 26 de março, o promotor Brice Robin levantou uma terrível suspeita: a avaliação das gravações de voz no Airbus revelou que o copiloto Andreas Lubitz provocou intencionalmente a queda do avião. Quando o piloto saiu da cabine para ir banheiro, Lubitz se trancou no cockpit e impediu que ele voltasse. Passadas quase quatro semanas, ainda não está claro que motivo levou Lubitz a agir dessa forma. Um relatório preliminar sobre a cronologia exata do voo ainda não foi divulgado.

O luto

As vítimas da queda do voo da Germanwings vinham de 21 países, a maioria da Alemanha. De 25 a 27 de março, as bandeiras de todos os prédios federais da Alemanha fora hasteadas a meio mastro. Já no dia que se seguiu à queda, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, e o presidente francês, François Hollande, visitaram o centro de operação das equipes de resgate em Seyne-les-Alpes.

Muitos familiares das vítimas viajaram para os Alpes franceses, passando por Marselha. Na cidade portuária, a Germanwings instalou um centro de assistência para as famílias. Em Vernet, próximo ao local da queda, foi erguido um memorial provisório.

Entre as vítimas estavam 16 estudantes e duas professoras da cidade de Haltern am See, no estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália. No dia 27 de março foi celebrado um culto em memória das vítimas, que contou com a presença do presidente alemão, Joachim Gauck.

O resgate

Por volta de mil ajudantes foram enviados ao local da tragédia. Nos primeiros dias, os funcionários do serviço de resgate de montanha, da polícia e da defesa civil se concentraram em recolher amostras de DNA das vítimas no terreno acidentado. Até o dia 4 de abril, eles haviam coletado amostras de todos os 150 mortos. Atualmente, por volta de 80% dos destroços do Airbus foram levados para um pavilhão em Seyne-les-Alpes. Os trabalhos de resgate devem ser finalizados em duas ou três semanas.

A doença

Em 27 de março, os investigadores encontraram atestados médicos rasgados no apartamento de Andreas Lubitz. Inclusive no dia da queda, o copiloto estava de licença médica. Já anteriormente especulava-se sobre uma doença mental do copiloto, que estaria em tratamento médico por depressão e tendências suicidas.

Isso foi confirmado oficialmente em 30 de março. Porém, de acordo com psicólogos, uma depressão não é suficiente para explicar o fato. Na Alemanha irrompe um debate sobre o sigilo médico.

A segunda caixa-preta

No dia 2 de abril, as equipes de resgate encontraram também a segunda caixa-preta da aeronave, contendo os registros dos instrumentos de voo. Os dados ali armazenados reforçaram a tese de uma queda intencional. Andreas Lubitz teria iniciado a descida deliberadamente, acelerando diversas vezes a aeronave.

As consequências

No dia 27 de março, as companhias aéreas alemãs introduziram a regra de se ter sempre duas pessoas na cabine de um avião. As empresas aéreas avaliam agora mudanças no mecanismo das portas de cabine.

No dia 7 de abril, a associação alemã de médicos do transporte aéreo exigiu reformas nas avaliações de aeronavegabilidade. Elas devem ser mais rigorosas, justificou a associação. No dia 13 de abril, a Federação Internacional de Associações de Pilotos de Linha (Ifalpa) criticou que a investigação do desastre não deva levar a conclusões precipitadas.

Autor: Peter Hille

 

DW 

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