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Armênios exigem desculpas da Alemanha

Cem anos após início do massacre de armênios por parte do Império Otomano, descendentes dos sobreviventes exortam governo em Berlim a desculpar-se por envolvimento do Império Alemão no extermínio

07:37 | 24/04/2015
Nesta sexta-feira, 24, é lembrado o 100° aniversário do genocídio de armênios por parte do Império Otomano. Enquanto na Alemanha o uso ou não da denominação "genocídio" gera debate, descendentes dos que sobreviveram ao extermínio exortam o governo alemão a se desculpar pela participação do país no massacre.

"Um pedido de desculpas seria suficiente", afirmou Ergün Ayik, presidente da Fundação Igreja de São Giragos, em Diyarbakir, no sul da Turquia, pouco antes do 100° aniversário do massacre. Trata-se da maior igreja armênia no Oriente Médio.

Também o historiador armênio Ashot Hayruni defendeu uma posição clara da Alemanha. "É importante que o Parlamento alemão adote uma resolução na qual o genocídio seja reconhecido como tal."

Envolvimento comprovado

Para historiadores em geral, o envolvimento do então Império Alemão na deportação dos armênios é tida como fato há bastante tempo. Segundo Christin Pschichholz, historiadora da Universidade de Potsdam, não há nenhuma dúvida. "O governo alemão da época estava amplamente informado sobre a política de extermínio contra a população armênia no Império Otomano", concluiu após analisar arquivos do Ministério do Exterior alemão.

Detalhadamente, diplomatas alemães anotaram tudo que acontecia à sua volta naquela época marchas da morte, execuções e trabalho forçado. Por muito tempo, no entanto, representantes do governo alemão evitavam o emprego da palavra "genocídio" no contexto dos armênios. Em vez disso, falava-se de "massacre" ou "deportação".

Depois de a chanceler federal alemã, Angela Merkel, usar o termo genocídio, nesta quinta-feira, 23, foi a vez do presidente Joachim Gauck reconhecer o massacre de até 1,5 milhão de armênios como tal.

Além da Armênia, mais de 20 outros países classificam os acontecimentos iniciados em 1915 de "genocídio", de acordo com a respectiva convenção das Nações Unidas de 1948.

Autor: Richard Fuchs (ca)Edição: Luisa Frey
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