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Al Shabaab ataca universidade e mata ao menos 70 no Quênia

14:38 | 02/04/2015
Atiradores do grupo radical islâmico invadem campus universitário, matando e ferindo dezenas de pessoas, a maioria estudantes cristãos. Quatro agressores morrem após confronto com forças de segurança. Ao menos 70 pessoas foram mortas e cerca de 80 ficaram feridas nesta quinta-feira (02/04), quando combatentes do grupo radical islâmico Al Shabaab invadiram um campus universitário na cidade de Garissa, no nordeste do Quênia, mantendo cristãos como reféns e trocando tiros com forças de segurança por várias horas. "Infelizmente perdemos um monte de vidas. Não confirmamos o total, mas são por volta de 70 alunos. E 79 ficaram feridos, sendo nove em estado crítico", disse o ministro do Interior do Quênia, Joseph Nkaiserry. O ataque aconteceu ao amanhecer, quando muitos estudantes ainda estavam nos dormitórios. Esse é o pior ataque no país desde o atentado contra a embaixada dos Estados Unidos, em 1998, quando 213 pessoas morreram. "Estamos vasculhando a área", afirmou. "Podemos confirmar a morte de quatro terroristas", acrescentou, afirmando que a operação prossegue, mas que 90% da ameaça foi eliminada. Nkaiserry afirmou ainda que o número total de agressores ainda é desconhecido. Os terroristas foram mortos depois que forças de segurança quenianas lançaram uma ofensiva no último edíficio onde os insurgentes estavam encurralados já há mais de 12 horas. O ministro disse que aproximadamente 500 dos 815 estudantes do Garissa University College foram resgatados. Alguns conseguiram escapar sem ajuda. O chefe da polícia queniana, Joseph Boinet, disse que o Quênia introduziu um toque de recolher, das 18h30 às 6h30, em quatro regiões próximas da fronteira com a Somália, como medida de segurança. Ele afirmou ainda que os extremistas dispararam indiscriminadamente dentro do complexo universitário. Al Shabaab assume autoria O governo queniano também ofereceu uma recompensa de cerca de 215 mil dólares pelo principal suspeito de ter organizado e planejado o ataque. Autoridades de segurança divulgaram uma fotografia de Mohammed Dulyadayn, também conhecido como Mohammed Kuno Gamadheere ou xeique Mohammed, um ex-professor que lecionava sobre o Alcorão e que teria se unido ao extremistas somalianos e chegado a postos de comando. O Al Shabaab assumiu a responsabilidade pelo ataque, realizado nas primeiras horas da manhã, numa região localizada a 140 quilômetros da fronteira com a Somália. O grupo tem ligações com a rede terrorista Al Qaeda e já realizou uma série de ataques em solo queniano, em retaliação ao envio de tropas quenianas para combater o grupo na Somália. Sheikh Abdiasis Abu Musab, porta-voz de operações militares do Al Shabaab, disse que o grupo manteve muitos cristãos como reféns. "Separamos as pessoas, libertando os muçulmanos", declarou à agência de notícias Reuters. PV/rtr/afp/dpa
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