PUBLICIDADE
Notícias

Abusos na indústria têxtil de Bangladesh continuam, diz ONG

Quase dois anos após o desabamento do complexo têxtil Rana Plaza, condições de trabalho no setor de vestuário permanecem precárias e degradantes no país, mostra relatório da Human Rights Watch.

05:45 | 22/04/2015
NULL
NULL
O desabamento do complexo têxtil Rana Plaza, em 24 de abril de 2013, chamou atenção internacional para as condições de trabalho precárias e degradantes na indústria de vestuário em Bangladesh. Quase dois anos após a tragédia, a situação pouco mudou, segundo mostra um relatório da Human Rights Watch apresentado nesta quarta-feira, 22, em Daca.

De acordo com a organização de defesa dos direitos humanos, os trabalhadores do setor sofrem abusos como agressões verbais, intimidações, assédio sexual e horas extras forçadas. Além disso, têm direitos como licença maternidade negados e convivem com salários atrasados ou pagos parcialmente. A maioria dos empregados dessas fábricas são mulheres, enquanto os gerentes são homens.

O documento de 78 páginas foi baseado em entrevistas com mais de 160 trabalhadores em 44 fábricas no país do sul da Ásia. Muitas são fornecedoras de vestuário para marcas famosas na América do Norte, Europa e Austrália.

Bangladesh sob pressão

Phil Robertson, vice-diretor da seção da Human Rights Watch na Ásia, pediu ao governo de Bangladesh e a varejistas estrangeiros que assegurem que proprietários e administradores das fábricas respeitem os direitos trabalhistas.

O governo de Bangladesh está sob pressão para melhorar as condições trabalhistas de sua indústria de vestuário desde que o setor viveu seu pior desastre, no desabamento do complexo têxtil Rana Plaza. O prédio havia sido construído ilegalmente nos arredores de Daca, capital de Bangladesh, e abrigava cinco fábricas de vestuário. O desastre matou 1.127 pessoas e deixou aproximadamente 2.500 feridos.

Bangladesh tem 5 mil fábricas de vestuário que empregam 4 milhões de pessoas e cujo faturamento com exportação, principalmente para EUA e Europa, ultrapassa os 20 bilhões de dólares por ano.
TAGS