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Redes sociais tentam limitar acesso de jihadistas

09:14 | 19/03/2015
Pressionados pelas autoridades, ferramentas como Facebook e Twitter tentam coibir atividades terroristas com regras mais rigorosas. Desafio é vigiar, mas sem interferir na liberdade de expressão. Cerca de 1,4 bilhão de pessoas acessam o Facebook pelo menos uma vez ao mês. Cientes disso, grupos extremistas vêm utilizando com eficácia crescente as redes sociais para os seus fins. É através delas, por exemplo, que grande parte da imprensa fica sabendo de alguma atrocidade cometida pela milícia terrorista do "Estado Islâmico" (EI). "O EI utiliza o Twitter e o YouTube por serem as plataformas contam com o maior público", explica J.M. Berger, coautor de um estudo sobre as atividades da organização fundamentalista no microblog, recentemente publicado pelo think tank Brookings Institution. Segundo ele, é mais difícil recrutar milicianos através de um site de internet comum. Os antigos canais de notícias dos jihadistas eram protegidos por senhas, só por recomendação alguém podia se tornar membro. "Mas a tendência atual indica que no futuro os jihadistas vão continuar usando as maiores e melhores redes, mesmo que sejam combatidos nelas", afirma. Pressão sobre operadoras Alguns governos aumentaram, de fato, a pressão para que as mídias sociais como Youtube, Facebook e Twitter intervenham mais decididamente contra atividades terroristas em suas plataformas. Em meados de março, o Facebook divulgou novos termos de uso, a fim de esclarecer que conteúdos podem ser postados e compartilhados em sua plataforma. A rubrica "organizações perigosas" especifica: grupos que participem de atividades terroristas ou do crime organizado não são permitidos. Em nota à DW, o Twitter assegura: "Em todos os conteúdos que nos são relatados, verificamos se eles se chocam contra nossas regras, seja por uso indevido, seja por ameaça direta e concreta de violência contra terceiros." Segundo o estudo da Brookings Institution, caiu o número das contas do Twitter que no segundo semestre de 2014 apoiavam o EI. Berger conclui tratar-se de um reflexo da ação intensificada da plataforma contra os jihadistas. Entre segurança e liberdade de expressão O estudo aponta que os correligionários do EI fundaram sua própria rede social, e a conta do Twitter conectada a ela foi desativada pela firma americana. Pelo menos mil contas de adeptos foram bloqueadas entre setembro e dezembro de 2014, relata o estudo. No entanto, é difícil dizer se as medidas do Facebook e do Twitter têm grande efeito. É certo que o fechamento dos acessos restringe o alcance e o espaço de ação do EI nas mídias sociais, "mas, até agora, isso não impediu tais atividades", comentam os autores do estudo. Acrescente-se a isso a pouca transparência no bloqueio de contas pelas redes sociais. O porta-voz do Twitter na Alemanha se recusou a revelar se a empresa colabora com as autoridades na checagem de segurança. Berger e os demais autores do estudo sobre a ação jihadista nas redes são a favor de tais cooperações. "Quando se toca nesse tema em debates, geralmente uma interferência governamental é equiparada à restrição do direito de livre expressão de opinião. O fato é que os operadores de mídias sociais regulam suas plataformas sem revelar segundo quais critérios as contas são fechadas." Autor: Chiponda Chimbelu (av)Edição: Rafael Plaisant
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