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Na Itália, papa Francisco condena corrupção

10:09 | 21/03/2015
Em um subúrbio de Nápoles, reduto da máfia Camorra, pontífice afirma que "corrupção fede". Durante discurso, papa pede coragem para "limpar" esse mau. O Papa Francisco visitou neste sábado (21/03) uma das regiões mais violentas de Nápoles o bairro Scampia, que é tradicionalmente controlado pela máfia Camorra. Durante a visita, o pontífice fez um de seus discursos mais duros, condenando a corrupção. "A corrupção fede, a sociedade corrupta fede. Um cidadão que deixa que a corrupção o invada não é cristão", declarou Francisco e acrescentou "todos nós temos o potencial de ser corruptos e de escorregarmos para a criminalidade". O papa também criticou a corrupção na vida pública. "Quanta corrupção há no mundo. Eu espero que nós tenhamos coragem de limpar a cidade e a sociedade para acabar com o fedor da corrupção", disse. Milhares de pessoas receberam Francisco, que chegou ao bairro pobre da cidade italiana em um papamóvel. O papa pediu que aos moradores da região que não permitam que o crime organizado e políticos corruptos roubem sua esperança. "O mau não deve ser a última palavra. Ela tem que ser a esperança", disse e acrescentou "aqueles que voluntariamente seguem pelo caminho do mau roubam um pedaço de esperança. Eles roubam deles próprios e de todos, da sociedade, dos muitos honestos e de pessoas que trabalham duro". Ameaças ao papa Francisco aproveitou a ocasião para defender imigrantes, afirmando que eles não podem ser considerados "humanos de segunda classe". Ele pediu ainda salários mais justos para os trabalhadores. Ao longo do dia mais de 800 mil pessoas devem passar na região para saudar Francisco. A segurança foi reforçada para a visita do papa. No ano passado, ele declarou guerra ao crime organizado ao excomungar todos os mafiosos da Igreja Católica. O pontífice também foi ameaçado pelo grupo extremista "Estado Islâmico" (EI). Depois do massacre em um museu da Tunísia nesta semana, reivindicado pelo EI, toda a atenção está voltada à segurança do papa. Cerca de 3 mil polícias extras foram colocados ao longo da rota que Francisco vai seguir, incluindo atiradores nos telhados. Antes de chegar a Scampia, Francisco visitou a antiga cidade do Império Romano Pompeia, localizada a 22 quilômetros de Nápoles. CN/rtr/afp/lusa
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