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Kirchnerismo ainda não tem candidato definido para suceder Cristina

15:07 | 02/03/2015
Em longo discurso no Congresso, presidente argentina se despediu do cargo, que deixa no fim deste ano. Kirchnerismo, entretanto, ainda não tem um candidato para o posto, embora haja especulações sobre alguns nomes. "Deixo um país incômodo para se governar àqueles que deverão me suceder depois das eleições de outubro, mas deixo um país cômodo para o povo", afirmou neste domingo (01/03) a presidente argentina, Cristina Fernández de Kirchner, no encerramento de um extenso discurso de abertura das sessões do Congresso, em Buenos Aires. A chefe de Estado falou durante 3 horas e 40 minutos em um recinto cheio de líderes e membros de um movimento político surgido dentro do peronismo em maio de 2003, com a ascensão ao poder de seu marido, Néstor Kirchner, após a pior crise social e econômica da história argentina. No discurso, ela enumerou as realizações de sua administração, que termina em 2015, depois de oito anos. Em 25 de outubro, quando as urnas forem abertas após novas eleições nacionais, surgirá o nome de um sucessor que, pela primeira vez desde 2003, não levará o sobrenome Kirchner, mas que irá receber a herança de um movimento político com a marca registrada do matrimônio. "O candidato é o projeto", dizia uma das maiores bandeiras que portavam os cerca de 300 mil militantes que acompanharam a presidente argentina ao Congresso. A mensagem levava a assinatura de La Cámpora, grupamento político fundado e dirigido por Máximo Kirchner, filho mais velho da presidente. Kirchnerismo sem candidato O kirchnerismo ainda não definiu quem é o candidato que sucederá a presidente. No entanto, alguns nomes, vários deles sentados muito próximos dela, sentiram ter recebido uma espécie de bênção política em meio ao balanço de governo deste domingo. Um deles é o ministro do Interior e Transporte, Florencio Randazzo, a quem a chefe de Estado acompanhou recentemente em diferentes atos públicos. No Congresso, ele recebeu com um sorriso o anúncio da decisão oficial de nacionalizar a administração do sistema ferroviário, que está em sua órbita de gestão. Outro ministro mencionado várias vezes, e que foi até mesmo repreendido pela presidente em sua fala, é o que comanda a economia do país: Axel Kicillof. Kirchner elogiou seu desempenho em várias ocasiões, ressaltou a estratégia adotada na disputa com os credores do país os chamados "fundos abutres" e o desendividamento "definitivo" da nação. Em um trecho do discurso, a presidente fez uma consulta ao ministro, que estava desatento. "Não se distraia, Axel. Não se deve nunca estar distraído. Néstor (Kirchner) nunca estava distraído", disse ela. A frase provocou risos na plateia, mas foi escutada com atenção pelos analistas, especialmente devido à menção do falecido presidente da Argentina, no contexto de uma mensagem direta ao ministro. Scioli lidera pesquisas Mas sondagens particulares divulgadas nas últimas semanas apontam um outro nome na liderança do partido: Daniel Scioli, governador da província de Buenos Aires, a região mais populosa e economicamente poderosa do país. No entanto, Scioli jpa foi questionado algumas vezes pela presidente e seu círculo mais íntimo de assessores, embora tenha sido vice de Néstor Kirchner entre 2003 e 2007. "Deixo um país incômodo para governar", reiterou a chefe de Estado. A partir de agora, seguramente será desvendado o nome que o kirchnerismo vai indicar à sucessão da presidente. MD/dpa
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