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Gregos reclamam de ofensa e elevam mal-estar com alemães

17:43 | 12/03/2015
Schäuble teria chamado Varoufakis de "estupidamente ingênuo", o que motivou protesto formal do governo da Grécia. Gravação mostra que declaração foi mal entendida. Em meio às exigências gregas por reparações bilionárias por crimes cometidos pelos nazistas, surgiu um novo celeuma entre os governos em Atenas e Berlim. A origem, desta vez, é uma suposta ofensa por parte dos alemães. A imprensa grega noticiou nesta quinta-feira (12/03) que o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, ofendeu o seu colega grego, Yanis Varoufakis. Schäuble teria chamado a estratégia de comunicação de Varoufakis, durante um encontro de ministros em Bruxelas, nesta terça-feira, de "estupidamente ingênua". O ministro alemão disse que a acusação não faz sentido. O embróglio ganhou um viés diplomático. O embaixador da Grécia em Berlim telefonou para o Ministério alemão do Exterior para fazer uma reclamação oficial sobre uma declaração de Schäuble. O gesto é incomum, já que todos os ministros das Finanças da União Europeia (UE) têm os números telefônicos de seus colegas. Um simples telefonema de Varoufakis bastaria para esclarecer a questão. Inicialmente nem o Ministério do Exterior da Alemanha nem o governo em Atenas quiseram especificar qual era a declaração. Mais tarde, o governo grego divulgou que não se tratava de apenas uma declaração, mas do comportamento e do tom adotados pelo ministro alemão. A confusão parece ter origem num erro de compreensão ou de tradução por parte da imprensa grega. A gravação do encontro desta terça-feira em Bruxelas deixa claro que Schäuble ironiza Varoufakis, mas não o ofende. "Bem, que ele [Varoufakis] de repente seja ingênuo nesse negócio de comunicação eu [Schäuble] disse a ele [Varoufakis] é algo novo para mim. Mas a gente está sempre aprendendo." Schäuble fazia referência a declarações anteriores suas. Ele já chamou Varoufakis de "economista mundialmente famoso", que seria muito melhor na arte da autopromoção do que no conhecimento sobre economia. Há semanas que o alemão não faz a mínima questão de esconder sua opinião sobre o colega grego. Schäuble o considera um populista, que reinterpreta e não cumpre o que foi acertado. PV/dpa/rtr
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