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Extrema direita europeia se reúne na Rússia

17:08 | 22/03/2015
Rua de São Petersburgo, palco do encontroEncontro em prol de "valores tradicionais" conta com a bênção do Kremlin. Radicais saúdam apoio do governo Putin a separatistas ucranianos e condenam política de sanções "arrogante" dos EUA.A convite de um grupo ligado ao Kremlin, reuniram-se neste domingo (22/03), na cidade russa de São Petersburgo, representantes de diversas legendas europeias de extrema direita. Entre outros temas, eles deliberaram sobre como fomentar os "valores tradicionais" da família e do cristianismo, que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirma também defender. Também foi debatida a crise da Ucrânia e o que os organizadores classificam como política "arrogante" dos Estados Unidos. Segundo Fiodor Birukov, do partido organizador Rodina (Pátria), o encontro foi um passo inicial para uma plataforma internacional contra a "ameaça à soberania e à identidade nacional". "Este fórum é a primeira pedra no sentido de fundar o novo mundo que somos obrigados a construir", declarou. Participaram cerca de 150 políticos do espectro populista a neonazista, inclusive do Partido Nacional Britânico (BNP), do grego Aurora Dourada e do alemão NPD. "Paciência russa" No contexto da crise ucraniana, grupos de extrema direita de vários países europeus tendem a simpatizar abertamente com o chefe do Kremlin. A seu ver, seria absolutamente legítimo Moscou defender os interesses dos separatistas pró-russos no país vizinho. Embora, por um lado, Putin denuncie as tendências "fascistas" na Ucrânia, é notória sua aproximação a forças nacionalistas no próprio país. "Nós não apoiamos as sanções decretadas contra a Rússia na sequência de um conflito na Ucrânia", declarou Udo Voigt, do NPD. "É fascinante quanta paciência demonstram a Rússia e o presidente Putin diante da política agressiva da Otan." No passado, o deputado do Parlamento Europeu foi sentenciado por qualificar Adolf Hitler como "um grande homem". Uma ausência marcante em São Petersburgo foi a Frente Nacional (FN), da França. No entanto, na véspera sua líder, Marine Le Pen, voltou a criticar na televisão russa a "propaganda" antirrussa no conflito da Ucrânia. Segundo a radical de direita, as sanções só ocorrem "por ordem dos EUA". AV/afp
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