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Conservadores dominam eleições departamentais na França

18:54 | 22/03/2015
UMP de Sarkozy e aliada UDI vencem primeiro turno, FN de Marine Le Pen perde liderança nacional. Pleito é teste para campanha presidencial de 2017, na qual tanto o ex-presidente quanto a ultradireitista estão de olho. Segundo as primeiras projeções, com cerca de 30% dos votos, a aliança conservadora, formada pela União por um Movimento Popular (UMP), do ex-presidente Nicolas Sarkozy, e a centrista União de Democratas e Independentes (UDI), vence o primeiro turno das eleições departamentais na França, realizado neste domingo (22/03). Os prognósticos iniciais conferem a preferência de 25% do eleitorado à Frente Nacional (FN), de extrema direita aquém das pesquisas de boca de urna, que previam até 30% para o grupo liderado por Marine Le Pen. Talvez movida por uma certa decepção, esta pediu a demissão do primeiro-ministro socialista Manuel Valls, acusando-o de uma campanha "imunda e violenta" contra sua legenda. O Partido Socialista (PS) de Valls e do presidente François Hollande, por sua vez, deve amargar uma já esperada derrota, com apenas 20% dos votos. Le Pen e Sarkozy de olho no Eliseu O primeiro turno do escrutínio de âmbito nacional começou arrastado: segundo o Ministério do Exterior, até o meio-dia somente 18% dos eleitores potenciais haviam votado. No entanto, a participação às urnas foi melhor do que se esperava: os peritos eleitorais estimam que entre 50,5% e 51,5% dos votantes franceses fizeram uso de seu direito democrático. Os representantes nos 101 départementsdo país divisões territoriais e eleitorais criadas em 1789, durante a Revolução Francesa são escolhidos a cada seis anos. O PS de Hollande está ameaçado de perder mais da metade dos 61 departamentos que atualmente administra. Como parte de uma "frente republicana" contra a FN, no próximo domingo os socialistas deverão convocar o eleitorado a votar na aliança conservadora, cujas chances são melhores. Na eleição para o Parlamento Europeu do ano passado, a FN se consagrara como principal força política da França, obtendo 24,47% dos votos. Durante a atual campanha, a líder Marine Le Pen deixou claro que, após o pleito regional do fim do ano, sua meta é "a tomada do Palácio do Eliseu". Pesquisas de intenção de voto apontam boas chances para a ultradireitista num segundo turno das eleições presidenciais de 2017. Por outro lado, devido à legislação eleitoral da França é reduzida a probabilidade de, no segundo e decisivo turno do pleito atual, em 29 de março, os extremistas de direita alcançarem maioria em mais de um departamento o que já seria um grande êxito para Le Pen. Suas chances são melhores no départementsul de Vaucluse e em Aisne, no norte. Correm boatos de que também o populista Sarkozy, chefe de Estado francês de 2007 a 2012, está igualmente preparando sua candidatura para 2017. Também para ele, o resultado das eleições departamentais é uma espécie de teste. AV/rtr/apf/dpa
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