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Após sanções dos EUA, Maduro pede "poderes especiais"

Presidente venezuelano afirma que entrará com pedido para governar por decreto, a fim de "defender a integridade" do país. Segundo ele, americanos querem derrubar seu governo em Caracas

06:56 | 10/03/2015
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Em resposta às sanções anunciadas pela Casa Branca, o presidente Nicolás Maduro afirmou que pedirá à Assembleia Nacional nesta terça-feira, 10, a concessão de poderes especiais para "defender a integridade, a paz, a soberania e a tranquilidade" da Venezuela.

Em pronunciamento transmitido na segunda-feira por televisão e rádio, Maduro diz tratar-se de uma "lei anti-imperialista", para que Caracas possa se preparar "para todos os cenários, e em todos eles, triunfar com a paz". Para o presidente venezuelano, o posicionamento do presidente americano, Barack Obama, sinaliza uma decisão de invadir o país sul-americano.

"Obama decidiu cumprir pessoalmente a tarefa de derrubar meu governo e intervir na Venezuela", afirmou Maduro.

A chamada "lei habilitante especial e extraordinária" permitirá que Maduro governe por decreto e sem controle parlamentar, durante tempo estabelecido no texto da proposta. A lei deve passar sem problemas pelo Parlamento, controlado por chavistas.

Em discurso de quase três horas de duração, Maduro afirmou que, para chegar a esta decisão, ele consultou o Conselho de Estado, o Conselho de Defesa da Nação, o alto comando militar e o Conselho de vice-presidentes de governo.

"Tenho informação de primeira mão de outras pretensões do governo dos Estados Unidos e, como chefe de Estado e de governo, estou obrigado a aplicar a constituição em todas as suas partes", afirmou o presidente venezuelano.

Ameaça

O clima entre EUA e Venezuela está cada vez mais acirrado. Na segunda-feira, Obama publicou um decreto no qual considera a Venezuela uma ameaça à segurança do país o que coloca o país latino-americano na posição de maior adversário ideológico dos EUA no continente. Durante décadas este posto fora ocupado por Cuba, que há três meses iniciou uma aproximação diplomática com os americanos.

[SAIBAMAIS 2]Washington ainda ordenou a aplicação de sanções contra sete autoridades venezuelanas, sob a alegação de corrupção e de terem violado os direitos humanos de críticos de Maduro. Em resposta, a Venezuela convocou o encarregado de negócios nos Estados Unidos, Maximilien Arveláiz, para consultas.

Em solidariedade a Caracas, o governo do Equador emitiu uma nota criticando a postura dos Estados Unidos e pediu à "comunidade internacional, e aos EUA em particular, que respeite a soberania da Venezuela".


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