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Salário mínimo atinge maior poder de compra em 50 anos

Segundo Banco Central, apenas entre julho de 1964 e julho de 1965 o salário mínimo comprava mais do que hoje. Valorização da renda mínima, porém, eleva custo de mão de obra, alerta instituição

10:33 | 12/02/2015
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Levantamento divulgado pelo Banco Central esta semana mostra que em janeiro o salário mínimo, fixado em 788 reais, atingiu seu maior poder de compra desde agosto de 1965. De acordo com o Boletim Regional do BC, apenas entre julho de 1964 e julho de 1965 o salário mínimo comprava mais do que hoje, em valores corrigidos pela inflação.


Segundo o boletim, a valorização do salário mínimo tem determinado, em parte, a elevação da renda real dos trabalhadores nos últimos anos, principalmente nas faixas de menor rendimento e de aposentados.

De 2003 a 2014, o rendimento médio da população ocupada com renda de até um salário mínimo cresceu 52% a mais do que o salário mínimo. O movimento pode ser explicado pela formalização do mercado de trabalho, que atraiu profissionais que ganhavam menos que o mínimo.

De acordo com o BC, 28,2% dos trabalhadores brasileiros recebem um salário mínimo e 54,4% ganham de um a três salários mínimos. O Banco Central afirma que a política de valorização do salário mínimo é a grande responsável pela recuperação do poder aquisitivo dessas faixas de renda. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 46,7 milhões de pessoas têm rendimento referenciado no mínimo.

Desde 2008, o reajuste do salário mínimo é calculado com base no crescimento do PIB de dois anos anteriores e da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior. O INPC mede a inflação para famílias de menor renda, de até seis salários mínimos. A fórmula garante a reposição da inflação a cada ano. Caso a economia tenha crescido dois anos antes, o cálculo garante aumento real acima da inflação para o salário mínimo.

Mão de obra

Apesar dos avanços no rendimento dos trabalhadores, o Banco Central alerta que a política de valorização do mínimo está aumentando o custo médio da mão de obra. Na indústria, as elevações da renda não estão sendo acompanhadas pelo aumento do emprego. De 2012 a 2014, a população ocupada na indústria caiu, embora o rendimento médio tenha subido. Isso indica que menos pessoas trabalham hoje na indústria ganhando, em média, mais do que em 2012.

De acordo com o Dieese, o salário mínimo de R$ 788 compra 2,22 cestas básicas, a melhor relação desde 1979. Ainda assim, para o departamento, para cobrir as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas o mínimo deveria ser de 3,1 mil reais.

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