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Putin promete levar assassinos de Nemtsov à Justiça

20:09 | 28/02/2015
Em telegrama para a mãe do líder assassinado, presidente diz que fará de tudo para que autores do crime recebam o castigo que merecem. Prefeitura autoriza a participação de até 50 mil pessoas em marcha neste domingo. O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu neste sábado (28/02) fazer todo o possível para levar à Justiça os responsáveis pelo assassinato do opositor Boris Nemtsov. A morte do líder de oposição gerou clamor internacional para que o governo russo realize uma investigação séria sobre os mandantes e executores do crime. Em telegrama enviado à mãe de Nemtsov, Dina Eidman, e publicado no site do Kremlin, Putin disse que "tudo será feito para que os organizadores e autores de um assassinato vil e cínico recebam o castigo que merecem". Ele afirmou, ainda, que o opositor "deixou sua marca na história, na política e na vida pública da Rússia" e que a sua morte é uma "perda irreparável". Nemtsov, que foi vice-primeiro-ministro durante a presidência de Boris Ieltsin nos anos 1990, "exerceu cargos importantes em um difícil período de transição" do país e "assumiu sempre as suas posições de forma direta e com honestidade", escreveu Putin para Eidman, de 86 anos. Nemtsov, de 55 anos, foi atingido por quatro tiros disparados a partir de um carro branco na noite desta sexta-feira. Ele foi morto enquanto caminhava com uma mulher ucraniana em uma área próxima ao Kremlin, no centro da capital russa. Nemtsov é a figura de oposição mais proeminente assassinada durante os 15 anos da gestão Putin. Nemtsov era um crítico contundente de Putin e frequentemente se manifestava contra a corrupção no governo, a anexação da Criméia pela Rússia e o envolvimento do país no conflito no leste da Ucrânia. Poucas horas antes de sua morte, Nemtsov tinha convidado os russos para participarem de um comício da oposição que será realizado neste domingo contra a política do Kremlin com relação à Ucrânia. Em vez de manifestação, os organizadores decidiram realizar uma marcha pelo centro de Moscou em memória de Nemtsov a partir das 15 horas no horário local (10 horas em Brasília). A prefeitura de Moscou autorizou a participação de até 50 mil pessoas. Clamor internacional O Comitê de Investigação russo afirmou neste sábado que está trabalhando com várias possibilidades que possam ter motivado o assassinato de Boris Nemtsov, incluindo uma possível tentativa de desestabilizar o Estado, extremismo islâmico, conflito na Ucrânia e até mesmo a vida pessoal da vítima. A nota do órgão máximo de investigação russo, porém, não cita a possibilidade vista como mais provável por muitos dos apoiadores de Nemtsov a de que ele foi morto por ser um dos críticos do Kremlin mais ferrenhos e de maior visibilidade. Vladimir Putin afirmou que supervisionará pessoalmente as investigações sobre a morte de um de seus maiores opositores. O porta-voz do país, Dimitry Peskov, disse que o caso tem "características de um assassinato encomendado", e que pode ter sido uma "provocação", considerando que Nemtsov planejava liderar um grande protesto organizado pela oposição no domingo. O assassinato do líder oposicionista e ex-vice-primeiro-ministro da Rússia Boris Nemtsov, em Moscou, gerou consternação no país e a condenação de líderes internacionais. A chanceler federal alemã, Angela Merkel, disse estar chocada e pediu ao presidente russo que "garanta a investigação da morte de Nemtsov e que os culpados sejam levados à Justiça", afirmou o porta-voz do governo em Berlim. O presidente da França, François Hollande, também condenou a morte, e descreveu Nemtsov como um "corajoso e incansável defensor da democracia, comprometido com a luta contra a corrupção" na Rússia. O presidente americano Barack Obama, que chegou a conhecer Nemtsov durante uma visita a Moscou em 2009, declarou que os russos perderam "um dos mais dedicados e eloquentes defensores de seus direitos". Obama pediu ao Kremlin a condução imediata de investigações "imparciais e transparentes". FC/rtr/dpa/afp/ap/lusa/efe
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