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Líderes religiosos islâmicos condenam assassinato de piloto jordaniano

10:42 | 04/02/2015
Kasaesbeh foi executado pela milícia "Estado Islâmico"Queimar uma pessoa viva é um ato incompatível com o islã, afirmam. Autoridade sunita do Egito diz que "Estado Islâmico" é um grupo terrorista e satânico e que responsáveis pelo assassinato merecem a morte. Líderes religiosos muçulmanos condenaram com veemência nesta quarta-feira (04/02) o assassinato de um piloto jordaniano pelo "Estado Islâmico", afirmando que queimar uma pessoa viva é um ato incompatível com o islã seja qual for o contexto. Nesta terça-feira, militantes do "Estado Islâmico" divulgaram um vídeo que supostamente mostra o piloto Mouath al-Kasaesbeh sendo queimado vivo numa cela. Em resposta, a Jordânia executou dois terroristas ligados à Al Qaeda, entre eles uma mulher-bomba, nesta quarta-feira. Em comunicado, a Universidade egípcia Al Azhar, autoridade muçulmana extremamente respeitada pelos sunitas, expressou profunda revolta por "esse ato terrorista baixo e covarde", executado por "um grupo terrorista satânico". O grande sheik da Al Azhar, Ahmed al-Tayeb, afirmou que os responsáveis merecem ser mortos, crucificados ou amputados, punições mencionadas no Alcorão, segundo ele. "O islã proíbe matar uma alma humana inocente. Ele proíbe a mutilação da alma humana pela queima ou por qualquer outra maneira, mesmo durante a guerra contra um inimigo que lhe ataque", afirmou. O líder da Organização para a Cooperação Islâmica, Iyad Madani, também condenou o assassinato, segundo ele "um profundo desrespeito aos direitos dos prisioneiros". Ele disse que o caso ilustra "a decadência intelectual, a fragmentação política e o abuso do islã, a grande religião da misericórdia", em partes do Oriente Médio. A organização reúne 57 países e é o maior bloco de países muçulmanos do mundo. No Twitter, o popular clérigo saudita Salman al-Odah escreveu que queimar pessoas é um crime abominável, rejeitado pela lei islâmica não importa por que motivos. "Só Deus tortura com o fogo", acrescentou. O "Estado Islâmico" contesta essa interpretação, afirmado que o islã permite queimar um infiel à morte. A morte de Kasaesbeh também foi condenada pelos governos dos Emirados Árabes Unidos, do Bahrain, do Catar, do Kuwait e do Irã, que declarou que a morte foi um ato desumano e que viola as leis do islã. AS/rtr/afp/ap
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