Guerra civil na Síria impulsionou Estado Islâmico, diz Obama
Em discurso aos participantes de uma cúpula sobre extremismo violento realizada na Casa Branca, Obama disse que a guerra civil na Síria deu origem do Estado Islâmico e acusou o presidente Bashar Assa de provocar tensões sectárias.
"A guerra civil na Síria só vai acabar quando houver uma transição política inclusiva e um governo que sirva aos sírios de todas as etnias e religiões", disse Obama.
O presidente norte-americano disse também que a falta se inclusão do antigo governo do Iraque impulsionou o avanço do Estado Islâmico no país. Mas no caso iraquiano, o governo já conseguiu facilitar a transição do governo, com a substituição, em agosto, do primeiro-ministro Nouri al-Malaki pelo atual ocupante do cargo, Haider al-Abadi.
Obama pediu aos líderes muçulmanos de todo o mundo que façam mais para conter os extremistas, cujas opiniões, disse ele, perpetuam a ideia de que os Estados Unidos e outros países ocidentais são contrários ao Islã. Foi o segundo discurso de Obama durante a reunião em dois dias.
"A ideia de que o Ocidente está em guerra com o Islã é uma mentira", disse Obama. "Comunidades muçulmanas, incluindo estudiosos e clérigos têm, portanto, a responsabilidade de repelir interpretações distorcidas do Islã, mas também rebater as mentiras de que estamos, de alguma forma, enfrentando um choque de civilizações; de que os Estados Unidos e o Ocidente estão, de alguma forma, em guerra com o Islã ou têm como objetivo reprimir os muçulmanos, ou sainda que somos a causa de todo o mal no Oriente Médio."
Mais cedo, o secretário de Estado John Kerry destacou a natureza global do desafio e disse que bons governos, melhorias econômicas e reconhecimento de outras vozes ajudariam a conter o extremismo. "Se dermos chances a eles, seus objetivos principais podem realmente dar a eles uma vantagem comparativa", disse Kerry, descrevendo a singular determinação dos grupos terroristas de causar estragos e recrutar novos membros. "Temos de igualar seus compromissos e não deixá-los sem nenhuma vantagem."
O secretário de Estado declarou também que a reunião de cúpula nos Estados Unidos será o primeiro evento desse tipo. Representantes de outros países afirmaram que haverá outros encontros desse tipo, dentre eles uma reunião de líderes religiosos na Organização das Nações Unidas. Fonte: Dow Jones Newswires.