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Grécia chega a acordo para estender resgate

17:37 | 20/02/2015
O ministro das Finanças espanhol, Luis de Guindos (esq.) com o colega grego Yanis VaroufakisMinistros das Finanças da zona do euro concordam em prolongar ajuda financeira ao governo grego por mais quatro meses. Extensão do programa, no entanto, terá que ser acompanhado de reformas em Atenas. Após semanas de tensas negociações, que elevaram o temor de que a zona do euro poderia pela primeira vez perder um membro, o governo grego chegou nesta sexta-feira (20/02) a um acordo com os ministros das Finanças europeus para estender o programa de resgate financeiro. O programa de resgate, que expiraria no próximo dia 28, será estendido por quatro meses. A ajuda, no entanto, terá de ser acompanhada de novas reformas, que terão que ser detalhadas por Atenas aos credores até a próxima segunda-feira. O acordo desta sexta-feira deve firmar as bases para o diálogo entre a Grécia e a troica como é chamado o trio de credores formado por Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia. E vai ajudar a dissipar as incertezas instauradas após a vitória eleitoral, em janeiro passado, do partido esquerdista Syriza, que assumiu o governo com um claro discurso contra as políticas de austeridade. "Esta noite foi o primeiro passo num processo de restabelecer confiança", disse Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo. "Conseguimos chegar a um meio-termo para alcançar um acordo." Com a proximidade do fim do atual programa de resgate financeiro, o premiê grego, Alexis Tsipras, precisava garantir fontes de financiamento para dar fôlego à economia do país e cumprir suas promessas de governo. Por um lado, o acordo representa um alívio para Tspiras, que terá mais tempo para renegociar um entendimento de longo prazo sobre a dívida grega com os gregos. Por outro, comprova a suavização do discurso do premiê, que chegou a prometer acabar com a cooperação com a troica. "Foi um processo bastante trabalhoso, mas construtivo", disse Christine Lagarde, diretora-chefe do FMI. Apoio da população Quase um mês depois da eleição que levou o partido radical de esquerda Syriza ao poder, muitos gregos estão satisfeitos com o rumo adotado pelo novo governo, comandado pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras. Mesmo quem não votou na legenda elogia a postura de não se curvar à tão odiada troica e, em vez disso, negociar de cabeça erguida. Numa pesquisa de opinião recente, 80% dos consultados acham que Tsipras faz um bom trabalho, e 58% opinam que ele está negociando da maneira correta com os credores. Se as eleições fossem hoje, Tsipras alcançaria 45% dos votos, bem mais que os 36% que ele teve no fim de janeiro. RPR/rtr/dpa
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